A taxa de desemprego no Brasil caiu para 6,9% no trimestre encerrado em junho, segundo dados da PNAD Contínua do IBGE, marcando o melhor resultado desde 2014
Victor Meira Publicado em 01/08/2024, às 10h47
A taxa de desemprego no Brasil caiu para 6,9% no trimestre encerrado em junho, conforme divulgado pela Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) Contínua do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quarta-feira (31). Este é o melhor resultado para um trimestre encerrado em junho desde 2014, quando a taxa também foi de 6,9%.
Em comparação com o trimestre anterior, encerrado em março, houve uma queda de 1 ponto percentual na taxa de desocupação, que era de 7,9%. No mesmo período de 2023, a taxa era de 8%. Com isso, o número absoluto de desocupados caiu 12,5%, atingindo 7,5 milhões de pessoas. Em relação ao mesmo trimestre do ano passado, o recuo foi de 12,8%.
Além da queda na taxa de desemprego, houve um aumento de 1,6% na população ocupada, que agora é estimada em 101,8 milhões de pessoas — um novo recorde da série histórica iniciada em 2012. No ano, o crescimento foi de 3%, com mais 2,9 milhões de pessoas ocupadas.
Adriana Beringuy, coordenadora de pesquisas domiciliares do IBGE, destacou que o ano de 2023 já apresentou bons números, com menor influência da recuperação do mercado de trabalho após a pandemia de Covid-19. Em 2024, o avanço está relacionado ao aquecimento da economia brasileira.
“Há uma melhora do quadro geral das atividades econômicas. Isso faz com que mais trabalho seja demandado na produção de bens e serviços. E o mercado de trabalho está respondendo bem a esse aumento de demanda”, afirmou Beringuy.
O nível de ocupação, que representa o percentual de pessoas ocupadas na população em idade de trabalhar, foi estimado em 57,8%, um aumento de 0,8 ponto percentual em relação ao trimestre anterior e de 1,2 ponto percentual em comparação ao mesmo período do ano passado.
A força de trabalho, que inclui tanto ocupados quanto desocupados, teve um aumento de 1,7%, totalizando 109,4 milhões de pessoas. A população fora da força de trabalho permaneceu estável em 66,7 milhões.
O IBGE registrou novos recordes nos números de trabalhadores com e sem carteira assinada. Entre os empregados com carteira assinada, o número chegou a 38,380 milhões, o maior patamar da série histórica da PNAD Contínua, iniciada em 2012. Em comparação com o trimestre anterior, houve um aumento de 1%, agregando 397 mil pessoas ao grupo. Em relação ao mesmo trimestre do ano passado, o crescimento foi de 4,4%, equivalente a 1,6 milhão de trabalhadores a mais.
Os empregados sem carteira assinada também atingiram um recorde, totalizando 13,797 milhões. A alta foi de 3,1% no trimestre, com um aumento de 410 mil trabalhadores. Em comparação com 2023, houve um crescimento de 5,2%, ou 688 mil pessoas.
A taxa de subutilização, que inclui desocupados, pessoas que poderiam trabalhar mais e aquelas que não querem trabalhar, continua em tendência de baixa. São 19 milhões de pessoas subutilizadas no país, resultando em uma taxa de 16,4%. Este é o menor número para o trimestre desde 2014, com uma queda de 1,5 ponto percentual em relação ao trimestre anterior e de 1,4 ponto percentual na comparação anual.
A população desalentada, que inclui pessoas que desistiram de procurar emprego, caiu para 3,3 milhões, o menor contingente desde o trimestre encerrado em junho de 2016. Houve um recuo de 9,6% no trimestre e de 11,5% em comparação ao mesmo período de 2023.
O rendimento real habitual teve um aumento de 1,8% em relação ao trimestre anterior, alcançando R$ 3.214. Na comparação anual, o crescimento foi de 5,8%. A massa de rendimento real habitual foi estimada em R$ 322,6 bilhões, um recorde da série histórica do IBGE, com um ganho de 3,5% em relação ao trimestre anterior e um crescimento de 9,2% na comparação com o mesmo trimestre do ano passado.
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