Empresa estima gerar até 2 mil vagas

Operando em caráter experimental desde o final do ano passado, o CB Contact Center já emprega 700...

Redação   Publicado em 02/02/2007, às 16h22

Operando em caráter experimental desde o final do ano passado, o CB Contact Center já emprega 700 colaboradores na região do Bom Retiro, bairro tradicional de São Paulo, mas agora dirige todos os esforços ao seu processo de expansão. Diferenciais como a "sala de descompressão", que conta com cafeteria com desconto em folha, fumódromo e até TV de plasma, prometem "segurar" os funcionários.

Dando seqüência aos seus incansáveis planos de expansão, desta vez a Casas Bahia, maior varejista do Brasil, surpreende ao anunciar seu ingresso em um novo mercado: o de Teleatendimento. A CB Contact Center & Multimídia, empresa idealizada com o intuito de suprir a própria demanda da Casas Bahia (call center, SAC, recuperação de crédito e telemarketing) e de alguns parceiros - como é o caso do Bradesco -, já opera em caráter experimental em sua sede, localizada no bairro do Bom Retiro, em São Paulo, ocupando um prédio de três andares, com área útil de 3.300 m2.
Em sua capacidade máxima, a nova empresa terá uma central de relacionamento com 700 pontos de atendimento (PAs), 2 mil colaboradores e previsão de faturamento de mais de R$ 40 milhões/ano. A CBtambém será o suporte da rede para sua futura plataforma de e-commerce. "Estamos em fase de ampliação. Até agora já empregamos cerca de 700 profissionais e vamos contratar outros 500 até o meio do ano", revela o diretor de Telecomunicações da Casas Bahia, Jorge Azevedo.

PERFIL

De acordo com o diretor, a empresa não faz muitas exigências para contratar seus funcionários. "Estamos com as portas abertas. O requisito básico é ter força de vontade", afirma. E explica: "o candidato não precisa, necessariamente, saber lidar com um computador, porque suas ações serão aprendidas no dia-a-dia. Com o passar do tempo, despertaremos o interesse para que ele evolua, fazendo um curso de computação ou, quem sabe, uma graduação. Existem pessoas aqui que só possuem o ‘primário’ [ensino fundamental incompleto], mas têm particularidades muito valorizadas: a postura e boa verbalização, por exemplo. Nossa proposta é fazer um trabalho para tentar extrair este potencial de cada um".
Para tentar baixar a taxa de rotatividade de profissionais, que costuma ser alta nesta área, a empresa investe na qualificação e bem-estar de seus colaboradores. "Temos um diferencial de mercado: trabalhamos em três turnos de seis horas, mas apenas quatro horas são comprometidas com o trabalho em cada período. Nas outras duas horas fazemos atividades culturais e de educação (com a contratação de professores e estagiários de idiomas [inglês, espanhol e português] e, brevemente, até de instrumentos musicais)", ressalta Azevedo.
A empresa também firmou parceria com a empresária Maria Alice Pereira, da StarMap - empresa especializada no planejamento, instalação e gerenciamento de centros de convivência -, para implantar sua "sala de descompressão", inaugurada na última semana. O espaço conta com cafeteria (com desconto em folha), fumódromo e até TV de plasma, tudo para trazer bem-estar aos funcionários. "O intuito é tentar extrair deles, nas quatro horas, o que necessitamos para a nossa operação. Nas outras duas, procuramos capacitá-los, mostrando a eles que existem outras oportunidades, mas é preciso ter paciência para crescer", diz o diretor.
Paciência é o que, segundo o diretor, tem faltado a quem está iniciando sua vida profissional atualmente: "normalmente, o jovem, motivado pelo desafio e ambição, não costuma fixar-se muito neste tipo de função. É que as pessoas são muito imediatistas, pois mal iniciam um trabalho e, depois de 60 dias, já acreditam que têm condições de serem promovidas".
Além de jovens, o CB também pretende estender suas oportunidades a pessoas mais idosas. "Também estamos fazendo um trabalho de seleção junto a pessoas da ‘melhor idade’, para sabermos o que mais interessa a elas: talvez não seja o salário em si, mas, sim, a própria oportunidade de trabalho", diz o executivo.

DEFICIENTES

De acordo com Azevedo, como se trata de um prédio com boa acessibilidade, também serão oferecidas oportunidades de trabalho a deficientes físicos com alguma condição de locomoção. "Aos que não têm como locomover-se estamos fazendo um trabalho piloto: um site virtual. Contando com equipamentos e toda uma infra-estrutura fornecida pela Casas Bahia Contact Center, a pessoa ficará na sua casa, fazendo um trabalho durante seis dias e, em um deles, deverá comparecer ao Bom Retiro, para participar de uma atividade de relacionamento, de reciclagem", revela.

TREINAMENTO

Assim que são admitidos, os funcionários passam por um treinamento, que dura duas semanas. Em seguida, todos ingressam na "área de adaptação", para que comecem a identificar-se com o produto com o qual vão lidar e conheçam o conceito do negócio. Vencida esta etapa, que deve ter cerca de 10 dias, o novo colaborador já se encontra apto a executar as funções do chamado "primeiro nível", que envolve o atendimento na área de recuperação de crédito.

REMUNERAÇÃO

Um profissional iniciante, segundo Azevedo, recebe salário na faixa de R$ 430,00 e é contratado como temporário. Ele passa por um período de experiência, previsto pela lei e, dependendo do seu desempenho, é efetivado, podendo ter uma remuneração que chega à casa dos R$ 800,00. "No início de nossas operações oferecíamos como benefício apenas o vale-transporte, porque acreditamos que as pessoas têm de conquistar o que desejam. Hoje, para os nossos 500 funcionários efetivos já disponibilizamos dois carros, que os levam ao transporte público mais próximo. Também montamos uma clínica interna, com dois médicos, ambulância etc., além da sala de descompressão. Nada foi dado, foi conquistado", enfatiza ele.

SERVIÇO:

Os interessados em candidatar-se às futuras oportunidades de emprego podem comparecer ou enviar seus currículos para o CB Contact Center, que fica na rua da Graça, 873, no Bom Retiro, em São Paulo – CEP: 01125-001.

Cristiane Navarro Vaz

Reportagem/SP