Com a crescente demanda por flexibilidade no mercado de trabalho, o estágio home office surge como uma nova tendência. Saiba mais sobre essa modalidade e suas implicações
Victor Meira Publicado em 31/05/2024, às 14h36
No mercado de trabalho, a flexibilidade é um dos benefícios mais buscados entre os brasileiros. A procura por mais autonomia, principalmente no que diz respeito ao modelo de trabalho, não se restringe apenas aos profissionais contratados, mas também é uma prioridade para jovens em programas de estágios e trainees.
No Google Trends, o termo estágio home office é um dos mais buscados dentro da editoria sobre o mercado de trabalho.
"O mundo está cada vez mais conectado, então o que é exigido por lei pode ser seguido com mais facilidade. No caso, precisa haver um plano de estágio e uma supervisão efetiva das atividades, assim como disponibilizar as ferramentas necessárias para execução das atividades”, aponta Roberta Saragiotto, Head de People e Strategy da Start Carreiras, plataforma que conecta universitários com o mercado de trabalho.
O plano de estágio abrange as atividades a serem desenvolvidas, objetivos a serem alcançados, os prazos estabelecidos e ferramentas de trabalho necessárias. De acordo com a executiva, esse documento, geralmente, é elaborado em parceria do RH com as lideranças e tem o objetivo de assegurar uma comunicação eficaz, independente do formato de trabalho.
Roberta explica que no caso dos estágios remotos, o ideal é que o supervisor acompanhe diariamente as atividades, oferecendo feedbacks e demonstrando disponibilidade ao longo do dia. “Infelizmente, vivemos uma realidade que muitas companhias enxergam os estudantes como mão de obra barata, mas o propósito do estágio é, principalmente, aprender. Ter um mentor capaz e disposto a não só delegar, mas também ensinar é o que torna a experiência marcante”, destaca.
Assim como as vagas para profissionais contratados, as oportunidades remotas em estágios e trainees também estão diminuindo significativamente. Em outubro de 2022, apenas 37,35% das vagas eram presenciais, mostrando soberania para vagas remotas (22,89%) e híbridas (39,76%), conforme levantamento da Start Carreiras. Um novo estudo realizado pela plataforma mostrou o quanto o presencial ganhou força, com 56,52%, enquanto os regimes remoto e híbrido representam 15,65% e 27,83%, respectivamente.
Das ofertas de estágio para home office, 39% são para a área de tecnologia - esta é a área com mais abertura e flexibilidade atualmente. Por outro lado, 89% de todas as vagas de engenharia são presenciais, sendo apenas 3,51% totalmente remotas. O mercado financeiro segue a mesma lógica e tem apenas 8% dos anúncios remotos. Mais da metade das vagas comerciais (59,7%) também são presenciais. A área que mostra mais equilíbrio neste sentido é a de Consultoria, com poucos decimais de diferença entre os regimes.
Portanto, embora o estágio home office seja uma tendência emergente, ainda há um longo caminho a percorrer para que se torne a norma. A flexibilidade e a adaptabilidade continuarão a ser habilidades valiosas para os jovens profissionais à medida que o mercado de trabalho evolui.
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