Estudo do CIEE revela que 10% dos estagiários são os principais provedores de suas famílias

Pesquisa inédita do CIEE mostra que 10% dos estagiários sustentam sozinhos suas famílias e 68% contribuem para o orçamento familiar

Victor Meira   Publicado em 11/11/2024, às 16h57

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Uma pesquisa recente do Centro de Integração Empresa-Escola (CIEE), realizada pelo IPEC (Inteligência em Pesquisa e Consultoria), revelou a realidade de milhares de estagiários brasileiros.

O levantamento revela que 10% dos estagiários são os principais responsáveis pelo sustento de suas famílias, número que, embora tenha caído 1% em comparação ao ano anterior, ainda é alto e distante dos 6% registrados em 2019, início da série histórica. Além disso, cerca de 68% dos entrevistados afirmaram contribuir para o orçamento familiar.

O estudo, que ouviu quase 12 mil estagiários para o 15º Prêmio CIEE Melhores Programas de Estágio, indica também que o perfil socioeconômico dos jovens ainda está ligado a um orçamento familiar reduzido. Entre os participantes, 48% possuem renda familiar de até R$ 2.824,00.

No cenário de renda, pelo menos 16% dos estagiários disseram que recebem auxílio do programa Bolsa Família, 9% contam com outros benefícios estaduais, federais ou municipais, e 2% se amparam no BPC (Benefício Assistencial de Prestação Continuada).

A bolsa-auxílio, valor recebido pelos estagiários durante o contrato, chegou ao maior valor registrado, de R$ 1.108,10, em média nacional. No entanto, a maior parte dos estagiários direciona esse valor para despesas básicas, como mensalidades escolares (32%) e outras demandas familiares, incluindo contas da casa (16%), alimentação (11%) e moradia (9%).

Para lidar com os custos de educação, muitos estagiários recorrem a bolsas e financiamentos. Aproximadamente 40% dos entrevistados utilizam algum tipo de programa de financiamento estudantil.

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A pesquisa mostrou que 21% optam por programas oferecidos pela instituição de ensino, enquanto 11% utilizam o ProUni, 5% recorrem a programas de outras instituições e 3% ao FIES.

O levantamento também explorou as expectativas desses jovens para o futuro. Mais da metade (51%) espera ser efetivada na empresa em que estagia, com o número aumentando para 54% nas regiões Nordeste e Norte. Outros 20% almejam uma vaga com carteira assinada e 13% ainda não definiram o próximo passo. Enquanto 11% buscam um novo estágio, 3% pretendem empreender, 2% desejam trabalhar ou estudar fora do país, e 1% considera o modelo de prestador de serviços sem registro em carteira.

Quando perguntados sobre o futuro do mercado de trabalho, os estagiários demonstraram valores sólidos sobre o trabalho formal: 63% discordam da ideia de que o registro na carteira deixará de existir em breve, e 60% afirmam que o modelo CLT não restringe a liberdade individual.

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