“Puxa, como vocês trabalham!” “Estão perdendo o crescimento dos filhos!”.
Redação Publicado em 10/02/2009, às 10h21
* Profº. Edison Andrades
“Puxa, como vocês trabalham!” “Estão perdendo o crescimento dos filhos!” “Nem adianta convidá-los para aquela festa, pois estarão trabalhando!” “Enquanto a vida passa vocês aí trabalhando!”
Estas são as diversas frases que ouvimos o tempo todo, geralmente por pessoas que têm como doutrina principal: A família. Estão erradas? Não! Estão corretas plenamente? Também não!
Hoje não é mais apenas o homem que disputa o tão competitivo mercado de trabalho, mas a mulher também tem o seu espaço lá, daí, temos uma família, em muitos casos extremamente comprometida, devido a vida agitada de ambos. Tem outro jeito de vencer profissionalmente sem ofertar ao mercado de trabalho um pouco a mais do que o convencional? Um pouco de tempo a mais? Um pouco de suor a mais? NÃO! É deste jeito que você chegará lá, e conseguirá oferecer do bom e do melhor para sua família!! Ué! Mas é para eles que faço tudo isso, mas são eles mesmos que estão reclamando! Meu Deus o que faço agora?? Socorro!!
Calma!! O grande problema do ser humano não está na intensificação demasiada ao trabalho, mas na forma com que administra suas tarefas. Estou falando inclusive na administração e distribuição do tempo para cada coisa.
Quando assistimos aqueles cursos sobre esse assunto, aprendemos várias regras de como organizar e fazer com que o tempo renda a nosso favor.
Na teoria entendemos, mas na prática dificilmente aplicamos. Por quê? É que o problema não está somente onde enxergamos, mas quase sempre no que não vemos. Por exemplo: Você já percebeu que independente de estar adorando seu trabalho ou não, geralmente o seu único assunto é sempre sobre ele?
É como se você não parasse nunca de trabalhar!
Existem alguns estudos que mostram que 70% do tempo que estamos acordados são ocupados com o trabalho, ou seja, os outros 30% sobrariam para curtirmos outras coisas como por exemplo seus filhos, amigos, lazer, etc. Mas acabamos usando estes 30% como extensão do trabalho seja para reclamar da vida profissional, ou para viajar nos planos e sonhos profissionais.
Sou um grande defensor de que podemos unir trabalho e família numa única relação, acho que podemos tornar esta relação extremamente agradável, mas desde que exista o consentimento de todos os lados, ou seja, não force as pessoas a sempre ouvirem os seu relatos profissionais, mas procure, nestes pequenos momentos (os 30%), se interessar pela história dos outros, como por exemplo saber sobre o dia de seu filho na escola, ou de dar uma ligadinha para aquela saudosa tia, apenas para mandar um abraço, ou quem sabe até para ouvir os sonhos de seu cônjuge em relação à vida de vocês.
Eu sei que a sua vontade é de chegar à casa e apenas se jogar num sofá, não fazer nada, ligar a TV e assistir àquele programa vazio, para tentar esquecer da rotina que acabou de viver. Ué! Então, faça! Sim, faça o que está com vontade, mas convide mais gente para participar, se acomode neste mesmo sofá com sua família e curtam JUNTOS o seu momento de lazer.
Por mais que o trabalho ocupe um tempo cronológico enorme dentro de nossas 24horas diárias, te afirmo que você consegue dedicar alguns minutos para o próximo, aliás, ouvir e se interessar pelas histórias das pessoas pode ser um grande negócio, afinal, o que é trabalhar se não, atender as expectativas e necessidades dos outros?
Gostaria de compartilhar uma pequena história com você. Preste bem a atenção e que após isso possamos repensar nossa vida em família, ok??
“Um certo dia, um filho fez um pedido a seu pai dizendo: “Papai, me empresta dois reais?” O pai demasiadamente atarefado e cheio de trabalho, sacou do bolso e encontrou algumas moedas que somavam até um pouco a mais do que o garoto havia pedido. O garoto sorriu e saiu pulando de contente. O pai não deu muito apreço ao comportamento de seu filho, mas resolveu seguí-lo, sem que ele percebesse. Então contemplou uma cena inesperada, pois o garoto levou suas moedinhas até um pequeno cofre onde havia várias cédulas, além de outras moedas.
Tomado de ira, o pai do garoto se sentiu agredido com a atitude do menino, afinal, havia pedido dinheiro sem haver uma necessidade para tal, então, aproveitando que se encontrava meio atribulado com os problemas do escritório, resolveu punir seu filho com algumas palmadas, pois não pretendia deixar que mais tarde se tornasse um oportunista e enganador.
O menino chorou, proporcionalmente, muito mais do que a dor que sentira do peso da mão de seu pai. O velho pai, achou um tanto exagerado a atitude do garoto, mas ainda assim continuou a corrigi-lo.
Passado alguns minutos, sentiu uma espécie de remorso, pois reconheceu que havia misturado os problemas do trabalho com o episódio que acabara de ocorrer. Resolveu procurar seu filho no quarto. Chegando lá encontrou alguns holerites (comprovante de salário) seus, espalhados sobre a cama do menino. O menino ainda em soluços estendeu a mão e entregou R$15,00 a seu pai dizendo: Eu fiz alguns cálculos e já tinha dinheiro para comprar dez minutos do seu tempo para jogarmos bola juntos, mas o senhor acabou de usá-los!”
Ah! E nunca esqueça de incluir Deus em todos os seus planos.
* Profº Edison Andrades é Psicólogo - Especialista em desenvolvimento profissional e aconselhamento de carreira (Counseling); MBA; Escritor (autor do livro: Como Perder o Emprego (com competência)- Giz editorial); ex-Diretor de RH. É professor universitário atuando nas áreas de Administração e Marketing. Como consultor e palestrante atua em algumas das principais empresas nacionais e multinacionais do país. É palestrante e instrutor organizacional há mais de dez anos, onde destaca-se devido sua performance teatral, motivacional e irreverente ao transmitir conhecimentos. Marque uma consulta e conheça sua metodologia.
contatos: e-mail: edison.andrades@terra.com.br; site: www.edisonandrades.com.br.