Empresas relatam queda de produtividade no home office e optam pelo retorno ao trabalho presencial. Advogado destaca desafios jurídicos e a importância de seguir normativas para evitar conflitos
Victor Meira Publicado em 08/10/2024, às 09h13
Nos últimos anos, o home office se tornou uma prática comum nas empresas devido à pandemia. No entanto, com a flexibilização das medidas sanitárias, muitas organizações começam a enfrentar desafios relacionados à queda de produtividade e optam pelo retorno ao trabalho presencial.
Estudos norte-americanos indicam que, após um período inicial de adaptação ao home office, a produtividade dos trabalhadores caiu em diversos setores. Algumas empresas reportaram uma redução de até 18% no desempenho quando comparado ao trabalho realizado presencialmente.
Brandon Vigliarolo, do TechRepublic, sugere que o trabalho remoto prolongado pode impactar negativamente o rendimento geral das equipes.
"Temos visto empresas adotarem políticas híbridas ou até mesmo pedirem o retorno completo dos funcionários ao escritório. Isso acontece em razão da dificuldade de mensurar o impacto real do trabalho remoto em relação à produtividade", explica o advogado Francisco Gomes Junior, sócio da OGF Advogados.
Ele aponta que o modelo híbrido tem se mostrado uma alternativa viável, equilibrando a necessidade de proximidade e colaboração com a flexibilidade desejada pelos colaboradores. No entanto, muitas empresas ainda enfrentam problemas com comunicação interna e execução de projetos colaborativos, o que tem influenciado a decisão dos gestores para reduzir o home office.
"Além da produtividade, questões como a falta de convívio social e a distância das equipes são fatores que afetam o desempenho", reforça Gomes Junior.
De acordo com um levantamento recente da Associação Brasileira de Recursos Humanos (ABRH), 49,6% dos 900 respondentes seguem atualmente o modelo totalmente presencial, enquanto 46,2% adotam o regime híbrido. Apenas 4,2% permanecem em home office integral, uma significativa redução em relação aos 23,9% observados em 2022.
Ainda que a retomada ao presencial se torne uma tendência, o debate sobre questões jurídicas permanece em alta.
“É fundamental que as empresas respeitem os contratos de trabalho e ofereçam condições adequadas para esse retorno, evitando litígios trabalhistas”, destaca Gomes Junior. Ele enfatiza que qualquer mudança nas modalidades de trabalho deve ser conduzida de acordo com as normativas vigentes.
Além disso, o especialista aponta para a importância de considerar aspectos como ergonomia, saúde mental e organização do ambiente de trabalho, elementos cruciais para evitar possíveis litígios e garantir um ambiente produtivo e saudável para todos os colaboradores.
A transição para o presencial é especialmente significativa em setores que demandam uma colaboração mais direta e estruturada, e as empresas estão ajustando suas políticas para encontrar o melhor equilíbrio entre flexibilidade e produtividade.
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