Modelos flexíveis como trabalho 100% remoto e híbrido continuam sendo a preferência dos profissionais na busca por oportunidades de emprego
Douglas Terenciano Publicado em 07/10/2022, às 10h26 - Atualizado às 10h49
Mesmo dois anos depois da pandemia da Covid-19, modelos de trabalho não presenciais e com maior flexibilidade seguem como preferência para profissionais e empresas. É o que mostra o estudo “Modelos de Trabalho Pós-Pandemia”, da PwC com a PageGroup Brasil, em que 58% dos entrevistados com cargo de liderança preferem regimes de home office integral ou híbrido. Entre os liderados, esse número sobe para 67%.
Alguns dos motivos para esse aumento na preferência dos colaboradores são: a qualidade de vida, maior tempo com a família, cuidado com a saúde mental e otimização do tempo. No caso das empresas, os benefícios das jornadas flexíveis e digitais podem incluir maior efetividade nas entregas com times atuando em diferentes fusos horários e consequente aumento da produtividade, além de maiores diversidade cultural e geográfica e engajamento dos funcionários.
É o caso da Tuvis, startup de integração tecnológica em sales enablement para usuários de CRM e aplicativos de mensagens, por exemplo. A Tuvis nasceu durante a pandemia e encontrou no anywhere office um potencializador de seu processo de expansão global. Isso permitiu à empresa abrir vagas remotas em diferentes países para montar um time multicultural. "Assim, podemos focar no talento das pessoas, e o lugar onde elas residem passa a ser um fator secundário. Definitivamente, a geografia não pode ser um impeditivo para os talentos", explica a presidente e cofundadora Deborah Palacios Wanzo.
Essa perspectiva também está em um levantamento feito pelo LinkedIn. Segundo o relatório O Futuro do Recrutamento, quase 80% dos brasileiros entendem que a pandemia revelou uma necessidade urgente de trabalho flexível. Além disso, 30% dos entrevistados afirmaram ter deixado seus empregos por falta de políticas corporativas flexíveis no último ano e quase 40% já consideraram essa possibilidade em algum momento da carreira.
Se a flexibilidade tem sido cada vez mais relevante para profissionais e empresas, outros valores como qualidade de vida, transparência e inclusão também estão na pauta do dia. Isso se reflete sobretudo nos processos de recrutamento, em que etapas on-line têm predominado.
A previsão é de que esse cenário se mantenha ou até mesmo se intensifique. Uma pesquisa do LinkedIn também mostra que 81% dos profissionais concordam que o processo virtual continuará mesmo depois que a pandemia for totalmente superada. Além disso, 70% acreditam que se tornará o formato dominante.
Essa é também uma opção da Tuvis. Na empresa, todas as contratações e processos seletivos são feitos virtualmente. Deborah conta que até mesmo a parceria entre os sócios nasceu na internet. "Conheci o Yanir Calisar [CEO e cofundador da Tuvis] pelo LinkedIn. Começamos o projeto com 10.500km de distância e sem nos conhecermos pessoalmente. As entrevistas com os candidatos, por exemplo, seguem essa mesma filosofia".
Na Tuvis, predominam os processos virtuais, não somente no recrutamento de candidatos, mas em toda a rotina corporativa. As exceções são geralmente pautadas por fatores externos, como a exigência de documentos físicos por conta de legislações locais ou opção de colaboradores e clientes.
"Toda a estrutura, boas práticas e processos corporativos da empresa foram pensados por e para quem trabalha digitalmente, desde o trânsito de documentos até o relacionamento com nossos stakeholders, mas sempre com o foco em potencializar a qualidade das relações humanas, sejam elas virtuais ou presenciais", conclui Deborah.
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