Maioria dos MEIs não tem nenhum funcionário, apesar do crescimento expressivo; confira

De acordo com levantamento do Sebrae, o Brasil conta com mais de 11 milhões de Microempreendedores Individuais (MEIs)

Victor Meira   Publicado em 15/08/2022, às 08h50

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Com uma taxa de desemprego elevada nos últimos anos, milhões de brasileiros decidiram empreender por necessidade diante de um mercado de trabalho cada vez mais complexo. Diante disso, o número de Microempreendedores Individuais (MEIs) disparou nos últimos 10 anos, conforme indica o Atlas dos Pequenos Negócios, elaborado pelo Sebrae.

O número de MEIs passou de 2,6 milhões para 11,3 milhões, um incremento de 323%, de 2012 a 2021.

Apesar deste crescimento considerável, a qualidade destes empreendimentos é questionável, uma vez que nove em cada dez donos de negócios no Brasil não têm funcionários. Sendo que os empreendedores que trabalham por conta própria e desenvolvem todas as funções dentro da empresa, desde o investimento até a venda ou prestação de serviço.

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O levantamento mostra que, em 2022, considerando a renda dos MEI em atividade, esse perfil de empreendedor gera, todos os meses, R$ 11 bilhões com o seu trabalho. O que significa que, no período de um ano, os MEIs sozinhos injetam R$ 140 bilhões na economia brasileira. 

Segundo o Sebrae, os números são baseados na PNAD Contínua (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio), do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Deste modo, eles consideram apenas empreendedores no geral, sem avaliar o tamanho do empreendimento, explica o analista de gestão estratégica da entidade Denis Nunes ao jornal Estado de São Paulo. 

De acordo com ele, o cenário de não ter empregados é a síntese do MEI brasileiro, porém isso não quer dizer que todos estejam formalizados dessa forma, com CNPJ aberto.

O Atlas dos Pequenos Negócios também revela que aumentou o número de trabalhadores por conta própria no Brasil cresceu 26%, passando de 20,5 milhões para 25,9 milhões.

Apesar do crescimento expressivo, o Sebrae aponta que os dados sobre os empreendedores revelam que ainda há um espaço enorme para o crescimento de microempreendedores individuais diante da quantidade de trabalhadores por conta própria no Brasil. Assim, há margem para o crescimento de MEIs.

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