O mercado de trabalho está exigindo cada vez mais que os engenheiros dominem o inglês. Descubra por que e como se preparar para essa demanda
Victor Meira Publicado em 11/07/2024, às 09h35
O inglês, considerado o idioma dos negócios e utilizado por mais de 85% das organizações como língua oficial de trabalho, segundo estudo da Universidade de Cambridge, deixou de ser apenas um diferencial no currículo. Ele se tornou uma exigência para muitas vagas de emprego, especialmente em empresas multinacionais.
Em um mercado global e interconectado, diversas áreas passaram a exigir conhecimentos de inglês técnico, que permita compreender termos específicos da área de atuação, ou o domínio do idioma. A engenharia é um desses campos.
Com projetos elaborados por escritórios no exterior e a perspectiva de que construtoras estrangeiras possam atuar com mais intensidade no Brasil, o conhecimento na língua inglesa tornou-se um requisito para os engenheiros brasileiros.
A expectativa é que o país receba um aporte de R$ 1,7 trilhão em investimentos nos próximos anos, vindos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). Um dos focos da iniciativa será os projetos de infraestrutura, o que pode criar uma demanda por engenheiros, especialmente civis. Nesse cenário, o domínio do inglês corporativo poderá ser uma vantagem competitiva para os profissionais.
A língua inglesa é predominante em documentações técnicas, conferências internacionais e tecnologia usadas pela engenharia.
Investir no aprendizado de um novo idioma pode abrir portas para oportunidades de emprego, promoções e aumento de salário. O estudo do Centro Nacional de Estatísticas de Educação e Treinamento (NCES) mostra que, quando comparados a monolíngues, os bilíngues ganham, em média, 10% a mais.
Além do inglês, o curso de espanhol para o mercado de trabalho também pode ser um diferencial para o engenheiro, visto que é a segunda língua mais falada do mundo, com mais de 500 milhões de falantes nativos, de acordo com o Instituto Cervantes.
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O conhecimento em inglês é importante não só para quem está no mercado de trabalho, mas também para os profissionais e pesquisadores em formação. Durante os cursos de graduação, mestrado e doutorado, a compreensão do idioma facilita a leitura de textos acadêmicos.
Levantamento da Organização de Estados Ibero-americanos (OEI) e do Real Instituto Elcano constatou que 95% dos artigos publicados em revistas científicas, em 2020, foram escritos em inglês.
O conhecimento também abre portas para intercâmbios e participação em programas educacionais. O Ministério da Educação (MEC) revela que, em 62% dos casos, aqueles que dominam um idioma estrangeiro costumam conquistar essas vagas.
O domínio do idioma possibilita o acesso às mais recentes pesquisas, a realização de colaborações com profissionais de diferentes países e a compreensão dos manuais e documentações oficiais de softwares e outras tecnologias que costumam ser lançados, primeiramente, em inglês. Os engenheiros que dominam o idioma podem estar um passo à frente da concorrência.
Há diversas fontes internacionais para complementar os estudos e as pesquisas na área, como a Engineering Case Studies Online, que abrange casos importantes de engenharia, com falhas ou sucesso, oferecendo vídeos, textos e outros recursos.
Já o Oxford English for Electrical and Mechanical Engineering, voltado para engenheiros elétricos e mecânicos, traz tópicos de mecanismos de segurança no trabalho e auxilia na aplicação de vagas de emprego e escrita de currículos.
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Engenheiros que trabalham em projetos internacionais precisam de um profundo conhecimento do vocabulário técnico em inglês, seja para se comunicar com os colegas ou interpretar especificações técnicas. Para a escolha correta de materiais, é preciso entender a diferença entre tensile strength (resistência à tração) e compressive strength (resistência à compressão), por exemplo.
Os termos relacionados a números, medidas e símbolos também podem variar de acordo com os países. Enquanto usamos o sistema métrico para comprimentos, nos Estados Unidos são utilizados milhas (miles) e pés (feet).
A fluência só é desenvolvida a partir da prática. Para isso, é aconselhável ler artigos técnicos em inglês, investir em cursos específicos para profissionais da área e dedicar tempo para a leitura, a escrita e a fala em inglês. Participar de redes de engenharia internacionais, como fóruns on-line, favorece a troca de experiências e a abertura de oportunidades.
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