Mulheres enfrentam desafios para entrar na área de tecnologia, apesar da alta demanda

A área de tecnologia é uma das que mais crescem no Brasil e no mundo, mas mulheres ainda sofrem discriminação e falta de oportunidades. Saiba como elas estão se capacitando para superar as barreiras

Victor Meira   Publicado em 27/12/2023, às 11h38

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A indústria da tecnologia, uma das mais dinâmicas no Brasil e no mundo, enfrenta um paradoxo. Apesar da demanda crescente, há uma carência de profissionais qualificados. E, surpreendentemente, as mulheres encontram obstáculos durante os processos seletivos, mesmo com a escassez de talentos.

Um estudo realizado pelo Infojobs, que contou com a participação de 879 mulheres entre 18 e 60 anos, revelou que 89,7% delas acreditam que o gênero pode influenciar as contratações em áreas predominantemente masculinas, como a de TI.

A luta pela igualdade no mercado de trabalho é antiga. Apesar dos avanços significativos, ainda enfrentamos desigualdade salarial e dificuldade de promoção, sustentados por uma política pouco inclusiva. A diversidade é crucial para os times, mas nosso estudo mostrou que 78,4% das participantes acreditam que já perderam alguma oportunidade de emprego por serem mulheres. Nesse contexto, 61,9% relatam que já passaram por situações invasivas em processos seletivos, onde o foco não era apenas suas habilidades profissionais”, destaca Ana Paula Prado, CEO do Infojobs.

Mulheres na tecnologia: educação online como ferramenta de empoderamento

Para superar esses obstáculos, muitas mulheres que desejam uma oportunidade na tecnologia estão investindo em cursos online. A Hashtag Treinamentos vê com otimismo essa busca por capacitação.

Temos observado um aumento na participação feminina nos últimos anos no curso de Python e na formação de Ciência de Dados. O curso que atrai mais pessoas é o de Python, a linguagem de programação mais popular devido à facilidade de aprendizado”, afirma João Paulo Martins, CEO da Hashtag Treinamentos.

De 2021 para 2022, as matrículas de mulheres no curso de Python aumentaram 25,36%, de 1.246 para 1.562. Até o início de abril de 2023, 353 já deram um passo além nos estudos e apostaram em aulas online. Em relação à Ciência de Dados, o novo curso teve a adesão de 372 mulheres no ano de lançamento, o que representa 25,78% dos alunos matriculados. Neste ano, 73 estão matriculadas e participando das atividades e fóruns da Hashtag, um total de 22,26% das participações.

A maioria dos assinantes ainda é do gênero masculino. Por observar esse cenário, todas nossas aulas são elaboradas visando democratizar o ensino de tecnologia para que as barreiras sejam cada vez menores. No fórum, também damos suporte e incentivamos todos a buscarem oportunidades na área”, explica João.

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