O Técnico em Paisagismo faz e executa projetos de jardins internos e externos, em pequenas ou grandes áreas
Redação | redacao@jcconcursos.com.br Publicado em 06/08/2019, às 09h29 - Atualizado às 09h31
Nos tempos modernos, em que o desmatamento desenfreado se tornou uma preocupação mundial e o aquecimento global é discutido até no café da manhã por toda a família, muitas soluções têm sido pensadas em prol do meio ambiente. A responsabilidade ambiental está em voga, afinal, e o Paisagista (Técnico em Paisagismo) é um dos profissionais que ganha espaço nesse cenário.
Embora haja esse crescimento no setor, o mercado enfrenta a carência de profissionais para atender a tanta demanda. Apesar dos grandiosos trabalhos do paulista Roberto Burle Marx (1909-1994), responsável pelo projeto de mais de dois mil jardins no Brasil e no exterior, o Paisagismo ainda é uma carreira de pouca visibilidade e de que muitos já ouviram falar, mas a minoria saberia explicar tudo o que ela compreende.
Pois bem. Quem nos explicará será Roselaine Faraldo Myr Sekiya, especialista na área, mestre em Agronomia pela Unesp (Universidade Estadual Paulista) e que atua em Paisagismo há anos: "O Paisagista (Técnico em Paisagismo) trabalha com projetos para jardins internos e externos, parques, praças, bosques ou macro-paisagismo (grandes áreas). Pode tanto elaborar os projetos como também executá-los".
Paisagismo, segundo Roselaine, é um termo muito abrangente. "Há arquitetos-paisagistas, agrônomos-paisagistas, biólogos-paisagistas e técnicos em Paisagismo. De todos os citados, apenas o técnico em Paisagismo sai realmente preparado para o mercado de trabalho", afirma. Isso porque, em sua opinião, os cursos de graduação em Arquitetura, Agronomia, Biologia, Engenharia Florestal, entre outros, não formam o aluno especificamente para a área do Paisagismo. "Eles terão que se especializar procurando cursos de pós-graduação, extensão universitária e até mesmo o curso técnico, como muitos já fazem", explica.
Segundo o "Dicionário de Profissões" do Guia do Estudante, da Editora Abril, "esse profissional Técnico em Paisagismo planeja e executa projetos de áreas verdes, em propriedades privadas, como residências e condomínios, e em áreas urbanas, como parques, praças e jardins. Com conhecimento de folhagens, flores e das propriedades do solo, determina o que será plantado, cuidando da preservação da natureza".
Em razão de a profissão englobar muitas áreas, como Arquitetura, Agronomia e Biologia, o interesse daquele que pretende se tornar um Paisagista deverá percorrer uma gama de assuntos relacionados. "É um trabalho técnico e artístico. Tem que gostar de plantas ornamentais e conhecê-las; além disso, também precisa se interessar por desenho", garante Roselaine, que orienta: "para se iniciar profissionalmente, o aluno deve procurar estágios em empresas do ramo".
O curso Técnico em Paisagismo normalmente tem a duração de três semestres, com um total de 800 horas-aula. Divide-se em três módulos: Projeto de Jardins, Gerenciamento de Empreendimentos Paisagísticos e Dinâmica de Paisagem.
"Durante o curso, o aluno fará projetos de Paisagismo, aplicando as competências desenvolvidas durante cada semestre. Serão ministradas aulas de Desenho Técnico, Desenho Arquitetônico, Perspectiva, Técnicas Construtivas, Informática, Técnicas Agronômicas, Botânica, Legislação, História, Conceitos Ambientais, Gestão e, é claro, Projetos", garante a Roselaine.
Como dissemos, o mercado está em expansão e é promissor nesta área. "O grande crescimento do mercado imobiliário gera uma crescente demanda por projetos paisagísticos. Além disso, as grandes construtoras estão apostando nos condomínios com extensas áreas verdes planejadas", afirma Roselaine.
O Paisagista pode atuar em pequenas ou grandes áreas, ou seja, em jardins residenciais, comerciais, condomínios, na recuperação de áreas degradadas e até mesmo em empresas. "As empresas podem ser públicas (prefeituras, Secretaria do Meio Ambiente) ou escritórios particulares, mas na maioria das vezes o profissional é autônomo", diz a professora, que complementa: "cada vez mais, estão procurando profissionais que consigam projetar e ao mesmo tempo preservar o meio ambiente e valorizar as espécies nativas de cada estado. Há uma demanda para profissionais que saibam projetar e fazer a recuperação de áreas de matas degradadas (recomposição florestal)".
De acordo com o Guia do Estudante, "o mercado é mais aquecido nos Estados do Sul e do Sudeste. Um campo de trabalho em ascensão é o de produção de mudas e plantas ornamentais. A maior demanda, nesse caso, está na região de Holambra, interior de São Paulo, e nos estados do Rio Grande do Sul e Santa Catarina".
A autonomia, segundo Roselaine, é um ponto positivo dessa carreira, pois o profissional (Técnico em Paisagismo) pode montar uma pequena empresa e ter horários de trabalho flexíveis. Além disso, ela afirma: "trabalhar com a natureza é sempre muito agradável. Cada jardim é como se fosse uma obra de arte que ganha vida e vai se desenvolvendo a cada ano". Como ponto negativo, ressalta a falta de regulamentação da profissão de Paisagista, e lamenta: "há muitos projetos que exigem que o profissional possua registro no CREA (Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia), o qual só é conferido a arquitetos e engenheiros, mas não aos técnicos em Paisagismo".
Este texto foi atualizado em agosto de 2019.
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