62% dos brasileiros creem que o desemprego aumentará

O momento do mercado de trabalho, na visão dos profissionais, não parece ser dos mais otimistas. A pesquisa foi realizada entre os dias 20 e 24 de março

Douglas Terenciano   Publicado em 07/05/2015, às 14h50

O momento do mercado de trabalho, na visão dos profissionais, não parece ser dos mais otimistas. Pelo menos é o que aponta a pesquisa da Catho, empresa especializada em recrutamento on-line, realizada em todo o país. No estudo, 62% dos brasileiros acreditam que o desemprego irá aumentar até o fim de 2015.

Crise política

Ainda de acordo com o levantamento, 81% dos entrevistados também acham que os últimos eventos relacionados à política têm impactos diretos no mercado de trabalho. De acordo com Luis Testa, head de pesquisa e estratégia da Catho, o atual momento da economia contribui para essa desconfiança do brasileiro em relação ao mercado de trabalho. “A inflação, que tem reduzido o poder de compra das pessoas, e notícias relacionadas a desemprego, crescimento do PIB e redução dos investimentos por parte das empresas, por exemplo, contribuem para esse sentimento de descrença em relação ao futuro”.

Exterior

A pesquisa quis saber também a opinião dos trabalhadores em relação à influência de fatores externos, como a desaceleração econômica em países como a China, no mercado de trabalho nacional. Para 67%, a economia global tem grande impacto, enquanto 23% acham que tem um impacto razoável e 5% acreditam que não tem impacto. Da fatia que concordou que a situação econômica do mundo tem forte impacto, 68% são desempregados e 65% empregados.

Emprego

Apesar de a maioria estar pessimista em relação ao futuro do país e, consequentemente, à situação do emprego, 89% têm muita intenção de buscar uma colocação ou recolocação. Ao serem questionados sobre o momento da busca, 35% dos brasileiros acreditam ser este um bom período para isso, enquanto 33% acham que é algo que depende da área escolhida. Na comparação entre desempregados e empregados que responderam ser um bom momento, o primeiro grupo está mais otimista com 40% contra 25% dos que estão trabalhando.

Quando questionados sobre a expectativa em relação ao mercado de trabalho, 44% não estão nem otimista e nem pessimista, 33% estão pessimista e 20% estão otimista. Já sobre a expectativa em relação ao salário, 61% acreditam que irá permanecer estável, 27% acham que deve diminuir e 7% consideram que deve aumentar.

A pesquisa foi realizada entre os dias 20 e 24 de março e contou com 14.235 respondentes em todo o país. 52% dos profissionais são homens, 26% do total de respondentes têm até 24 anos e 77% residem na região sudeste do Brasil.