A Geração Z tem mudado o perfil dos estagiários no mercado de trabalho. Veja como empresas podem se adaptar para reter esses talentos, segundo o Nube
Victor Meira Publicado em 03/10/2024, às 08h42
O mercado de trabalho atual tem apresentado desafios para empresas que desejam reter estagiários, principalmente aqueles da Geração Z. Com um cenário competitivo e mudanças nos padrões de vida, os jovens profissionais demonstram interesse crescente por organizações que priorizam o bem-estar, o equilíbrio entre vida pessoal e profissional e oferecem oportunidades de desenvolvimento.
Segundo Joyce Nery, analista de recrutamento e seleção do Nube, a retenção desses talentos se tornou uma das principais preocupações para os setores de Recursos Humanos.
De acordo com o Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), o Brasil registrou em 2023 mais de 7,3 milhões de demissões voluntárias, sendo que 39,5% dos casos são de pessoas entre 18 e 24 anos. Essa faixa etária tem liderado os pedidos de desligamento no país, evidenciando a insatisfação de muitos jovens com o ambiente de trabalho. Essa tendência já se refletiu no primeiro semestre de 2024, com 6,5 milhões de brasileiros optando por se desligar de seus empregos.
Para compreender o aumento dos pedidos de demissão, é preciso analisar alguns fatores. Joyce Nery destaca que as mudanças nas expectativas dos estagiários em relação ao mercado são significativas.
A popularização do home office e a busca por flexibilidade são aspectos centrais para esses jovens. Além disso, muitas empresas ainda não investem adequadamente em programas de treinamento e desenvolvimento, o que dificulta a retenção de talentos.
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Um ponto crucial para atrair e reter a nova geração de estagiários é a atenção ao bem-estar e à qualidade de vida.
Segundo Joyce, “eles preferem atuar em seus tempos, com liberdade geográfica”, evidenciando a importância de horários flexíveis e da possibilidade de trabalho remoto.
A automação de tarefas repetitivas e a chance de evolução na carreira também são grandes atrativos para esses jovens profissionais. A atual geração prioriza empresas que ofereçam experiências e equilíbrio entre a vida pessoal e o trabalho.
Nascida após 2001, a Geração Z enfrenta diversos desafios no mercado de trabalho, especialmente no Brasil. Com uma taxa de desemprego de 24%, o dobro da média nacional, muitos jovens lidam com a falta de experiência e expectativas salariais desalinhadas.
Joyce aponta que os líderes empresariais têm um papel essencial em apoiar esses estagiários, oferecendo orientação, educação e desenvolvimento contínuo.
Para superar essas barreiras, as empresas precisam adaptar suas práticas. Segundo dados da Deloitte, 83% dos jovens procuram empregos com propósito, o que significa que o ambiente de trabalho precisa promover diversidade, inclusão e sustentabilidade.
Joyce sugere que os gestores “ofereçam o formato remoto, apliquem ferramentas digitais e tenham um comando humanizado”, além de proporcionar aprendizado contínuo e um propósito interessante para a equipe.
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Para as empresas, investir nos estagiários da Geração Z não é apenas uma questão de retenção, mas também de responsabilidade social. Ao proporcionar oportunidades e criar um ambiente acolhedor e inovador, as organizações fortalecem sua marca e contribuem para o desenvolvimento do país. Joyce enfatiza que é fundamental “abrir as portas para essa geração cheia de energia e sonhos”, destacando que o retorno desse investimento é tanto moral quanto econômico.
Com uma gestão adequada e voltada para as necessidades desses jovens profissionais, as empresas podem não apenas reter talentos, mas também garantir um futuro promissor para seus negócios, criando um ambiente de trabalho mais inclusivo, moderno e adaptado às novas demandas.
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