Roubei, mas não fui eu!!

Leia o artigo do colunista Edison Andrades

Redação   Publicado em 15/12/2008, às 13h35

“O bom ladrão retorna ao local do crime.”

Esta frase é conhecida de todos, com certeza. O problema é que nas organizações acontece exatamente assim. Vou ser um pouco mais claro:

Quando ingressamos numa empresa acordamos que trabalharemos uma determinada carga horária e que receberemos uma quantia estipulada como retribuição de nossa tarefa desempenhada, ok? Isto significa, numa linguagem bastante simplória, que toda vez que você for solicitado a trabalhar mais do que o acordado, deverá receber por isto. No entanto, se você faltar ou se ausentar no período de expediente, deverá ser descontado. Pronto, está fechada a condição? Infelizmente não. O fato é que existem muitas outras ocorrências que estão entre estes dois pólos e que a grande “massa” parece achar normal.

Quero falar do Presenteísmo, ou seja, é quando o “colaborador” está de corpo presente, mas não realiza sua tarefa. São os famosos  “Enrolation” .

As pessoas perdem muito tempo praticando atividades pessoais, no horário de expediente. Saiba que estas atitudes se tornam uma espécie de vício, pois o sujeito não consegue deixar de fazê-las.

Sempre que estivermos “matando” serviço, não fazemos jus  ao que nos é dado como recompensa (salário). Que exagero?!  Então te convido a pensar de outra forma. Vamos lá?

Imagine que você ganhasse por produção, e que somente receberia alguma coisa mediante a apresentação de resultados. Andaria o dia inteiro e no final do expediente percebesse que não produziu absolutamente nada. Qual seria sua reação? Desânimo, com certeza! Aquela sensação de impotência, como se tivesse perdido seu tempo e seu dinheiro, pois qualquer “saidinha” nos faz ter despesas. E digo mais: Se sentiria “roubado”, pois tudo o que perdeu não recuperaria, e a sensação não é apenas de perda, mas de exploração.

Nos sentimos lesados por aquela instituição que nos contratou neste tipo condição.  Ficou claro agora? Acho que ainda não! Quero que você agora se coloque no lugar da empresa:

Houve um acordo, onde de um lado alguém ofertaria seu tempo e sua “expertise” e de outro alguém proporcionaria as condições e viabilização para que fossem realizadas tais atividades. Pois bem! Sempre que uma das partes não cumpre o combinado, significa que a outra parte é lesada. Ou seja, alguém está roubando alguém.

Será que somos capazes de roubar alguém, mesmo não nos denominando ladrões? Pois, é, amigos! Tenho uma péssima notícia: Somos capazes de cometer este absurdo sim. Como? Abaixo, listo cinco tipos de situações que nos levam aos “roubinhos”:

E-mail’s: Obviamente que em quase toda função o e-mail é uma ferramenta extremamente eficaz. Mas quando usado para assuntos pertinentes ao trabalho, correto? Poderíamos usar na hora do almoço, ou um pouco antes de iniciarmos nosso expediente e sob autorização. Mas, toda hora !! Revezando os e-mail’s do trabalho com os pessoais?! Geralmente são aquelas mensagens longas e sentimentais. Aquelas  que no seu final orientam  você a enviar para mais 30 pessoas, pois garantem que, ao se concluir a corrente, você alcançará seu pedido... 

Orkut: Creio que quando a Google criou este modelo de comunicação, teve a melhor das intenções. O problema é o que as pessoas estão fazendo com isso. Pode ser sim uma excelente ferramenta de Network, mas não da forma como é usada. Na maioria dos casos as pessoas ficam desesperadas em acessar sua conta, precisam a todo momento atualizá-la, e, como hoje em dia passamos muito mais tempo em nosso trabalho que em nossa casa,  adivinha onde os “Orkuteiros” vão acessar??

MSN: Uma comunicação on-line! Puxa! Que legal! Claro que há vantagens, pois podemos falar com as pessoas rapidamente e enviar arquivos e pastas, visualizar sua imagem, enfim... Quando usado em horário de trabalho para assuntos não pertinentes ao mesmo... É ROUBO. 

Ligações particulares: Calma. Não é proibido fazer e receber ligações, até porque temos família, precisamos nos comunicar. Algumas empresas proíbem, devido ao abuso provocado pelas pessoas. O fato é que tem gente que usa o telefone com uma freqüência exacerbada, e para quê? Ligações particulares. Além de gastar uma conta que não é sua, ainda deixa de realizar as tarefas nas quais foi contratado a exercer.

Jogos e vídeos de computador: Os sujeitos com modos mais arcaicos ainda estão no jogo da paciência, ou seja, além de “matarem” serviço, são uns desatualizados. Já existem jogos muito mais modernos..

E aí! Conhece alguém que pratica algum destes itens acima?

Caros, amigos,

Quero deixar claro que não devemos ficar neuróticos com estas informações. Afinal, com certeza já cometemos algo assim. O importante é despertarmo-nos para estes detalhes, que muitas vezes não julgamos como errados. Percebo que estes pequenos episódios também acabam roubando o nosso tempo. Permanecemos por mais horas no trabalho e menos com nossa família. Então, ao mesmo tempo em que “roubamos”, sem perceber, também somos roubados, de forma sutil.

Não seja influenciado por atitudes negativas dos outros, seja sim um influenciador com procedimentos dignos e assim, ao receber seu salário, constatará que é merecedor de 100%.

Ah! E nunca esqueça de incluir Deus em todos os seus planos.


Nosso espaço:

Quero agradecer ao nosso leitor Hugo Pinho, que sempre com muita presteza atende os usuários do condomínio 221 (Rua Barão de Itapetininga- centro-SP). É isso aí. Continue assim, Hugo, pessoas como você é que fazem a diferença.

* O colunista Edison Andrades é colaborador semanal do Jornal dos Concursos & Empregos. Mais informações podem ser obtidas pelo e-mail edison.andrades@terra.com.br.