Descubra como profissionais em áreas ligadas à Matemática estão ganhando, em média, 119% a mais do que aqueles que atuam em outras áreas, segundo pesquisa do Itaú Social e IMPA
Victor Meira Publicado em 20/05/2024, às 08h33
Uma pesquisa revelou que profissionais que atuam em áreas ligadas à Matemática tiveram salários médios duas vezes mais elevados do que em outros segmentos profissionais. A conclusão é do estudo “Contribuição da Matemática para a economia brasileira”, realizado pelo Itaú Social em parceria com o IMPA (Instituto de Matemática Pura e Aplicada).
Os trabalhadores em campos relacionados à Matemática ganham, em média, 119% a mais do que aqueles que atuam em outras áreas. Esses salários mais altos são atribuídos, entre outros fatores, ao elevado nível de formação desses profissionais.
O rendimento das pessoas que trabalham com Matemática foi de R$ 3.520 no terceiro trimestre de 2023 – mais que o dobro do valor médio das demais categorias, que alcançaram, no mesmo período, apenas R$ 1.607.
Quando a comparação é feita com a média salarial de docentes que atuam com a disciplina no Ensino Fundamental (inferior a R$ 2.500, em 2023), a pesquisa mostra que o salário médio dos professores é cerca de R$ 1.000 a menos que as demais profissões ligadas à matemática.
Patricia Mota Guedes, superintendente do Itaú Social, destaca a importância do investimento em educação Matemática.
“Melhorias nessa área podem abrir portas para oportunidades de trabalho e aumento de renda. É fundamental unir discussões educacionais e econômicas, lembrando que empregabilidade e produção não são as únicas metas da educação brasileira, mas aspectos relevantes a serem considerados para o investimento público e o desenvolvimento econômico”, diz ela.
Devido ao aumento geral na escolaridade da população, a média de empregos em áreas matemáticas aumentou no país. A pesquisa sinaliza que houve um leve crescimento na proporção de empregos em áreas que envolvem a disciplina entre trabalhadores brancos com pouca instrução e do sexo masculino, majoritariamente.
No Brasil, as ocupações da Matemática estão mais concentradas nas áreas de serviços administrativos, financeiros, técnicos e de tecnologia da informação do que em engenharia e pesquisa - a exemplo do que ocorre nos países europeus. Os profissionais das ciências e engenharia contribuem mais com os rendimentos, especialmente os engenheiros, que têm salários altos e muitas contratações. No entanto, a remuneração média dos engenheiros é menor do que a dos funcionários administrativos e de alta gestão, como diretores e dirigentes de organizações.
O estudo “Contribuição da Matemática para a economia brasileira” foi realizado a partir de metodologia proposta em uma pesquisa sobre o impacto da disciplina na economia francesa, conduzido pelo CNRS (Centro Nacional de Pesquisa Científica), adaptada às características do mercado nacional. Além de propor uma discussão sobre as potenciais contribuições das atividades ligadas à Matemática para a economia do Brasil, o levantamento aborda aspectos relacionados à escolaridade, raça/cor, idade e gênero.
A pesquisa utilizou os dados da PNADC (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua) - bem como a classificação e ponderação de intensidades propostas pela edição francesa - para calcular o número de trabalhadores em ocupações intensivas em Matemática e suas remunerações associadas. O cálculo de equivalência com o PIB, também replicando a metodologia francesa, foi feito a partir da soma de todos os rendimentos do trabalho provenientes de ocupações intensivas em Matemática (massa de rendimentos) anuais sobre o PIB.
+++Acompanhe as principais informações sobre o mercado de trabalho no JC Concursos
empregos vagas de emprego