Universidades públicas de SP anunciam mudanças na pós-graduação para atrair mais alunos

Saiba como as principais universidades públicas de São Paulo estão transformando a pós-graduação para torná-la mais moderna, flexível e atrativa para os estudantes. Leia mais!

Victor Meira   Publicado em 02/12/2024, às 08h14

Divulgação

As universidades públicas de São Paulo estão prontas para uma grande transformação na pós-graduação a partir de 2025. Com o objetivo de tornar os programas mais atraentes e alinhados com as demandas contemporâneas, seis instituições de renome firmaram um protocolo de intenções para modernizar a estrutura dos cursos, tornando-os mais flexíveis e integrados com atividades externas.

Em uma iniciativa que envolve a Universidade de São Paulo (USP), Universidade Estadual Paulista (Unesp), Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), Universidade Federal do ABC (UFABC) e Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), o projeto visa beneficiar instituições que obtiveram notas 6 ou 7 na avaliação da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes).

A crise na Pós-Graduação

O presidente da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), Marco Antonio Zago, destacou que a pós-graduação no Brasil enfrenta uma crise. A redução no número de graduados e novas inscrições é preocupante, com a USP registrando quedas de 15% nas titulações de mestrado e 10% nos doutorados, além de uma redução entre 20% e 30% nas novas matrículas.

Zago aponta uma série de razões para essa crise. Entre elas, a desilusão dos jovens com o ensino superior e a insuficiência das bolsas de estudo, que não cobrem os custos básicos de vida dos estudantes. Além disso, fora de São Paulo, a redução nos recursos para institutos de pesquisa e universidades tornou-se um empecilho para a criação e manutenção de laboratórios competitivos, forçando muitos jovens promissores a buscar oportunidades no exterior.

A busca pela essência da pós-graduação

Ao longo dos anos, a burocratização crescente dos programas de pós-graduação, com a introdução de disciplinas teóricas e exigências de créditos adicionais, tem se afastado da essência do treinamento científico. Zago defende que o foco deve estar na formação prática e na aplicação do método científico, essencial tanto para futuros docentes quanto para pesquisadores e profissionais que atuam em empresas.

O acordo assinado com as universidade prevê que, às que aderirem ao programa, a Capes se comprometa a conceder a bolsa de doutorado aos alunos bolsistas de mestrado que optarem pela mudança de nível, e uma bolsa de pós-doutorado para os programas que efetivarem uma ou mais mudanças de nível de mestrado para doutorado. Já a Fapesp se compromete a complementar o valor das bolsas de doutorado e de pós-doutorado concedidas pela Capes, para fazer a equiparação ao valor oferecido por suas bolsas equivalentes.

Essa reestruturação visa, portanto, não apenas atrair mais estudantes, mas também elevar a qualidade do ensino e da pesquisa nas universidades paulistas, garantindo que os formados estejam melhor preparados para os desafios do mercado e das carreiras científicas. 

*com informações da Agência Brasil

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