Transtorno bipolar: saiba como identificar e lidar com a doença

O transtorno bipolar é marcado por extremas oscilações de humor e corresponde à principal causa de suicídios. Doença tem tratamento; veja como identificá-la

Glícia Lopes   Publicado em 26/09/2022, às 11h48

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Rita Lee, Jim Carrey, Jean-Claude Van Damme, Britney Spears e Van Gogh: o que todos estes artistas têm em comum? Muitas vezes associado à criatividade, o Transtorno Afetivo Bipolar (TAB), transtorno bipolar ou bipolaridade está (ou esteve) presente na vida desses famosos e de mais 140 milhões de pessoas ao redor do mundo, segundo dados do Ministério da Saúde. No Brasil, são 6 milhões de pessoas com TAB.

O TAB é uma doença grave, já que pode levar ao suicídio e não tem cura, mas possui tratamento eficaz. Sua primeira manifestação ocorre, geralmente, na adolescência, por volta dos 15 anos de idade e leva cerca de 10 anos para fechar o diagnóstico. A principal característica deste transtorno é a oscilação do humor, que passeia entre os extremos da euforia (fase de mania ou hipomania) à depressão, com intervalos de completa normalidade. Há também condições em que estes dois extremos se misturam.

Essa montanha russa de emoções afeta - e muito - a rotina das pessoas com o transtorno, chegando a ser considerada a segunda maior causa de incapacidade para o trabalho entre as doenças psíquicas, atrás apenas da depressão, que é também um dos ciclos do TAB. Para se ter uma ideia, o TAB supera a esquizofrenia neste quesito, que fica na terceira posição de incapacitação.

A doença afeta tanto homens como mulheres e cerca de 80% das causas para o surgimento do transtorno bipolar é a hereditariedade, onde esta é a doença psiquiátrica de mais alto risco genético. Portanto, para identificar o transtorno, é importante também observar o comportamento dos pais ou de familiares mais próximos.

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Como identificar o transtorno bipolar?

O diagnóstico para o transtorno bipolar costuma ser demorado e bastante complexo e o paciente pode passar por sucessivas tentativas de tratamento, até estabelecer o adequado. Por isso, é importante conhecer bem os sintomas desta condição que são facilmente confundidos com diversos outros distúrbios.

As mudanças de humor no transtorno bipolar podem ser bruscas e cada ciclo (mania ou depressão) tem uma média de tempo de duração. A depressão pode se instalar e permanecer com a pessoa por, no mínimo, duas semanas e durar até 2 anos. Já a fase de mania tem duração de pelo menos uma semana e a hipomania (euforia mais leve) de quatro dias.

De acordo com o Ministério da Saúde, o ciclo de depressão se manifesta da seguinte forma:

Já os sintomas característicos da fase de mania ou hipomania (sempre de forma mais leve) são:

Durante as fases de mania ou hipomania, o paciente pode achar que está ótimo e que não há nada de errado com ele, já que tem a sensação de extremo bem-estar. Além disso, doença se manifesta de diferentes formas que, segundo o Portal Drauzio Varella, são:

  1. Transtorno bipolar tipo I: possui períodos de mania, com duração mínima de uma semana, e fases de humor deprimido, por duas semanas ou vários meses. Apresenta sintomas intensos que comprometem os relacionamentos familiares, afetivos, sociais e profissionais, além de prejuízos financeiros e de vida, por conta dos impulsos. Também possui elevado risco de suicídio.
  2. Transtorno bipolar tipo II: tem uma forma mais branda e pode ocorrer a alternância entre episódios de hipomania, manifestação mais leve de euforia, excitação, otimismo e, às vezes, de agressividade, com a depressão, sem tanta intensidade ou prejuízos severos aos pacientes e suas rotinas.
  3. Transtorno bipolar não especificado ou misto: quando os sintomas, embora sejam os mesmos, não possuem duração ou intensidade suficientes para se encaixarem nos tipos I e II do TAB.
  4. Transtorno ciclotímico: conta com oscilações mais leves do humor, com quadros de hipomania e depressão mais branda, onde ambas podem ocorrer até no mesmo dia. Esta flutuação do humor pode ser atribuída a uma personalidade instável e irresponsável, o que prejudica o diagnóstico adequado.

O diagnóstico para TAB deve ser feito junto ao médico psiquiatra, com base em dados do histórico familiar do paciente, além de contar com a ajuda de parentes e amigos na verificação e comprovação dos sintomas. É importante estar atento à doença, pois o TAB é a principal causa de suicídios no mundo. O tratamento para a doença envolve o uso de combinados medicamentos, como os estabilizadores de humor, anticonvulsivantes, antipsicóticos e antidepressivos, além de acompanhamento com psicoterapia e mudanças no estilo de vida.

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