Saiba como aproveitar a experiência adquirida para conquistar uma vaga efetiva
Redação Publicado em 15/12/2008, às 16h04
Grande parte das universidades de hoje conta com uma ferramenta ainda pouco explorada pelos alunos, mas que traz uma ótima oportunidade de experiência das práticas atuais do mercado de trabalho: a Empresa Júnior. O principal objetivo dessa instituição, sempre administrada por alunos de cursos de graduação, é a vivência da realidade empresarial do mercado, por meio da prestação de serviços para a própria universidade ou, ainda, para entidades externas. No comando das atividades, os alunos podem pôr em prática tudo aquilo que aprendem na teoria, dentro da sala de aula.
Edwin Asberg, 20 anos, estudante do 6º semestre do Curso de Bacharelado em Esporte da USP (Universidade de São Paulo), decidiu ingressar na EEFUSP Junior Consultoria em 2007 - ainda com certo desconhecimento sobre as atividades da instituição. “Quando entrei na faculdade, conheci a Empresa Júnior e notei que ela poderia auxiliar no meu processo de aprendizagem dentro do setor de meu interesse (Gestão e Marketing relacionados ao Esporte). Além disso, seria uma ótima oportunidade de conhecer mais profundamente a área”. Desde então, ele não parou de crescer e se aprimorar na Empresa. “Como Diretor de Marketing, fiquei responsável pela captação de apoios e patrocínios para diversos eventos organizados pela Empresa. Também elaborei uma pesquisa de opinião dos alunos ingressantes em 2008 do curso, além de pesquisas de opinião para os participantes dos eventos realizados por nós”.
Em busca de uma vaga
Toda essa experiência, além de preparar o aluno para o mercado real, é vista com bons olhos pelos recrutadores de programas de estágio e trainee. “Em uma seleção de estagiários, pouco importa se existe experiência profissional do aluno, pois muitos estão ingressando no mercado pela primeira vez”, diz Danilca Rodrigues, gerente de desenvolvimento da Cia de Talentos, consultoria especializada no recrutamento e seleção de estagiários e trainees para diversas empresas. “Por isso, a vivência na Empresa Júnior é vista como um grande diferencial na hora de decidir entre um ou outro candidato”. A gerente afirma que, se o estudante puder optar, o ideal é que ingresse na Empresa Júnior logo nos primeiros anos, deixando para o final do curso o período de estágio – que irá testar as habilidades adquiridas pelo aluno na Empresa.
Asberg, que hoje atua como Conselheiro (cargo pertencente à direção), pretende, em breve, partir para uma nova fase. “A minha idéia é de ano que vem começar a estagiar em alguma instituição fora da universidade, para entrar de vez no mercado de trabalho, já que provavelmente eu me formo no final de 2009”. Ele lembra, ainda, de mais uma vantagem que se adquire naturalmente com a experiência. “Outro ponto muito importante na participação de uma Empresa Júnior são os contatos adquiridos. Consegui contatos muito importantes dentro de minha área de interesse (Marketing e Gestão Esportiva). E, para entrar no mercado de trabalho, sempre é interessante ter uma boa rede de contatos”.
Há casos, também, em que o estudante termina a faculdade sem ter realizado um estágio e a Empresa Júnior acaba sendo a porta de entrada para o primeiro emprego efetivo. Foi o que aconteceu com Guilherme Ferreira, 23 anos, hoje publicitário. No terceiro ano do curso de Publicidade e Propaganda na ESPM – Escola Superior de Propaganda e Marketing, ele atuou na Agência Júnior da instituição e, após a conclusão do curso, usou a experiência como diferencial no currículo. “Como não tinha estagiado antes, usei a atuação na Agência como principal atrativo em meu currículo”. E o então estudante colheu bons frutos da ação: após estar formado, não demorou mais do que duas semanas para conquistar o tão esperado primeiro emprego - e, o mais importante, exatamente em sua área de atuação.
Tirando proveito
Como se pode constatar, as organizações estão valorizando cada vez mais estudantes que tenham a iniciativa e a experiência de uma atuação na Empresa Júnior. Confira, a seguir, dicas de como explorar ao máximo a vivência e destacá-la aos olhos do recrutador:
- É muito importante que o candidato insira essa informação no currículo. Destaque a experiência na parte de “atividades extracurriculares”;
- Segundo Danilca, é interessante relatar os pontos positivos adquiridos durante o período, tanto no currículo quanto na entrevista presencial. “Cite conquistas e, se possível, alguns números positivos conquistados durante a fase”;
- Aproveite para estreitar os laços com professores e profissionais com que se tenha tido contato durante vivência, pois eles poderão auxiliar na hora de encontrar uma vaga efetiva;
- E, se você ainda tem dúvidas de que vale a pena fazer parte da Empresa Júnior de sua faculdade, lembre-se de que iniciativa, pró-atividade e experiência são alguns dos itens mais valorizados pelos selecionadores. “Na Empresa Júnior, o aluno aprende como é o dia-a-dia de uma organização, os termos utilizados, os códigos de conduta e a convivência com pessoas diferentes. Existe um visível amadurecimento profissional, pois a pessoa passa da teoria para a prática”, enumera a gerente de desenvolvimento. “Não à toa, o número de contratados que passaram por essa experiência tem aumentado bastante aqui”.
Clarissa Janini/SP