Crise iniciada no Oriente Médio há 50 anos moldou a economia mundial, gerou inflação e inspirou políticas energéticas que persistem até hoje
O chamado 'choque do petróleo' de 1973 foi um divisor de águas na história da economia mundial. Causado por um embargo dos países árabes exportadores de petróleo contra nações ocidentais, o episódio provocou escassez de combustível, alta inflação e recessão global. Décadas depois, seus efeitos ainda influenciam a política energética e os preços da gasolina no Brasil.
Em outubro de 1973, Israel entrou em guerra contra uma coalizão liderada por Egito e Síria no chamado conflito do Yom Kippur. Em resposta ao apoio dos EUA e de países europeus a Israel, os membros da OPEP liderados pela Arábia Saudita impuseram um embargo ao fornecimento de petróleo. O preço do barril quadruplicou em poucos meses, afetando toda a economia global.
Com a escassez e alta nos preços dos combustíveis, países industrializados entraram em recessão e enfrentaram forte inflação. No Brasil, o governo adotou o racionamento de energia, incentivos à produção nacional de petróleo e políticas de substituição de combustíveis. A crise também impulsionou a criação de reservas estratégicas e debates sobre a dependência energética.
Durante os anos 1970, a Petrobras intensificou a busca por autossuficiência energética. O Proálcool, programa de incentivo ao etanol, foi uma das respostas diretas ao choque. A experiência daquele período moldou a regulação dos preços dos combustíveis no Brasil, inclusive nas décadas seguintes, com forte presença estatal no setor.
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A partir do choque de 1973, ficou claro que o petróleo é mais do que uma commodity — é uma arma geopolítica. Até hoje, o Brasil sofre com oscilação de preços internacionais, decisões da OPEP e tensões no Oriente Médio. A paridade de preços da Petrobras com o mercado externo reflete diretamente essa herança histórica.
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