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Adepto do HBC

Dilmar Ramos Pereira, 35, é auditor da ABDI (Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial) e concurseiro desde 2004. Ele foi aprovado em nove concursos e não pensa em parar.

Redação
Publicado em 17/12/2010, às 15h34

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Dilmar Ramos Pereira, 35, é auditor da ABDI (Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial) e concurseiro desde 2004. Até essa época ele trabalhava em grandes empresas da iniciativa privada, como Philip Morris e Telemar.  Quatro anos depois, foi aprovado em nove concursos e não pensa em parar.

A sua primeira aprovação foi em um processo seletivo para contratação temporária do Ministério da Educação, organizado pelo Cespe/UnB, do tipo provas e títulos. Dilmar tomou posse em janeiro de 2005. “Na primeira semana, liguei para o meu antigo diretor e pedi para voltar, pois eu imaginava que o serviço público fosse outra coisa. Eu estava acostumado com pressão diária, metas, autonomia profissional e muita criatividade, algo que não percebi que existia nos meus primeiros dias de trabalho”, contou.

Manteve a tranquilidade e continuou a investir em concursos. O órgão que mais o interessava era o Tribunal de Contas da União (TCU). Para chegar lá, começou a fazer um cursinho do tipo “pacotão”, com as principais matérias.

Na mesma época estudou pesado para o concurso da Receita Federal. Foi reprovado por uma questão de direito constitucional.  O concurso acabou sendo para ele uma aventura, daquelas que só acontecem com concurseiros de primeira viagem: “Sou de Brasília e fui fazer a prova para a região norte, em Belém (PA). Vacilo de iniciante... logo no avião só tinha concurseiro do Rio de Janeiro! E no hotel concurseiros do Brasil inteiro. Faz parte!”.

Alguns meses depois, já recuperado da “paulada” como ele mesmo definiu o desempenho na prova da Receita, Dilmar reiniciou os estudos para o TCU. “Assim tive uma ótima base para concursos menos complexos”, avaliou. Mesmo inscrevendo-se para órgãos diversos, ele decidiu por concorrer a cargos da área de auditoria. Com o tempo, foi melhorando seu desempenho nas provas até que em 2008 conseguiu ser aprovado em nove concursos, tendo inclusive, visto pela primeira vez seu nome como primeiro colocado no concurso da ABDI (Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial), no cargo de especialista em auditoria interna e externa.

Segundo Dilmar, a explicação é simples e típica de seu jeito bem-humorado: “O que faz todo o diferencial numa aprovação é o total de HBC (hora-bunda-cadeira)”. Ele recomenda que os candidatos fujam de professores surfistas. Não sabe quem são? Segundo ele, são aqueles que ficam por cima da matéria, sem se aprofundar nos detalhes que as bancas de concurso se interessam. O melhor para Dilmar é estudar com um professor concurseiro, que por essa característica acabaria desenvolvendo uma didática melhor de ensino, e fazer provas anteriores, de preferência da mesma organizadora. A isso ele chama de “tornar o inimigo um aliado”, citando o livro “A arte da guerra”, de Sun Tzu, hoje usado por diversos mentores de recursos humanos.

Outra dica do auditor é que a pessoa estabeleça um foco, mantenha a disciplina e o pensamento positivo. No caso de Dilmar, na linha de chegada, havia o casamento com Daniela. “Dei o máximo nos estudos porque eu tinha um objetivo concreto e um bom emprego com certeza iria colaborar para que as coisas ocorressem no futuro da melhor maneira possível”, contou.

Na fase de estudos, Dilmar não deixou de trabalhar. Sua estratégia foi usar todo o tempo disponível. “Utilizo duas horas no almoço para estudar e também à noite. Na época do edital, ainda acordo mais cedo e estudo duas horas antes de trabalhar. No final do dia, às vezes consigo trabalhar o dia todo e ainda mais umas sete horas de estudos diárias”.

O último concurso do qual participou foi em janeiro deste ano para o Banco Central, tendo conquistado a 68ª colocação na área 6 para analista. “Atualmente sou excedente, pois estou nos prováveis 50% a serem autorizados pelo Ministério do Planejamento”, disse. Não pensem que ele está satisfeito: este mês ele começou os estudos para o cargo de auditor tributário do Distrito Federal, concurso atualmente suspenso pelo Tribunal de Contas do Distrito Federal.

Aos concurseiros indecisos ou, apenas cansados, ele aconselha que não prestem atenção à opinião alheia, com exceção aos conselhos construtivos. “Também nunca deixem que digam que você não pode ou que não irá conseguir. Se tiver um sonho, corra atrás dele. É não esquecer jamais que a dor é temporária, mas o cargo é para sempre”, revelou. A hoje esposa, Daniela, não falaria com mais propriedade.

Aline Viana

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