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O carro que virou empresa

Gilmar Nogueira conta como saiu de uma infância simples, investiu em um negócio próprio, usando da criatividade, e chegou a presidente de uma empresa que está há 15 anos no mercado

Redação
Publicado em 24/01/2013, às 16h08

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Quantas vezes não nos pegamos comentando, no momento em que vemos uma empresa de sucesso, sobre a vida confortável e cheia de regalias que o dono daquele negócio deve levar no seu dia a dia pessoal e profissional? No fundo, todos queremos batalhar e melhorar de vida para, um dia, desfrutar dos benefícios que aquele trabalho nos trouxe. Mas são poucos os que têm a coragem de arriscar e investir em uma ideia própria, capaz de mudar rumos e tendências.

É questão de aprender, assimilar e usar toda a experiência e criatividade na elaboração de um negócio. Depois disso, é preciso saber fazer uma boa administração e se vender, coisas que Gilmar Nogueira, o “Gil”, nosso entrevistado desta semana, sabe fazer muito bem. Gil é presidente de uma empresa que está há 15 anos no mercado, a Repor, que hoje atua em quatro Estados brasileiros e representa grande nome na área de vendas.

Ser presidente, sem dúvida, é uma conquista e tanto; mas tudo começou em uma casa simples em Mandaguari, interior do Paraná, onde Gil nasceu. Hoje aos 53 anos, lembra a infância tranquila que teve ao lado dos pais. “Éramos uma família simples e, relativamente, pobres. Minha mãe trabalhava em casa e meu pai era barbeiro. E eu gostava de jogar futebol e de carrinho de rolimã”.

O faro para as vendas começou cedo, com nove anos de idade, quando trabalhava vendendo verduras então cultivadas pelo seu bisavô. “Nessa época eu acumulei o trabalho de vendedor com o de engraxate, com uma caixa que era do meu irmão, passou pela minha irmã e veio para mim”. Esticava o expediente até nos sábados, nas casas dos clientes. Para o empresário, iniciar cedo no mercado de trabalho não prejudicou seu aprendizado. “No meu caso, não atrapalhou. Pelo contrário: ajudou na minha formação e meu caráter”, reforça.

Na adolescência e início da vida adulta atuou em várias áreas, trabalhando como bancário e radialista. Depois montou sua primeira empresa, de empacotamento de sacos para lixo. Ali, incorporou outros produtos para vender. “A tendência, a globalização, me levaram a pensar em outros tipos de prestação de serviço. Foi quando resolvi colocar em prática a locação de mão de obra”, conta nosso entrevistado. Ele lembra que, para ter sucesso, é preciso estar atento a todas as necessidades do mercado. “Na vida, 1% é inspiração e 99% ação. Muitos administram o negócio de forma errada e não olham para a concorrência, nem para seus colaboradores”, explica Gil.

Aliás, o foco nos colaboradores – talvez o maior segredo do seu sucesso – é a principal virtude do empresário, que hoje tem cerca de 1.300 deles sob sua tutela. “Aprendi, com um velho amigo, que devemos colocar as pessoas certas nos lugares certos. Não temos que ter medo de dar bons salários”, reforça. A partir daí, diz ele, “é só dividir tarefas e responsabilidades e ficar ‘na orquestra’”. O slogan da empresa – “Gente é com a gente” – já nos dá essa ideia.

Como tudo no mundo dos negócios, o começo para a empresa foi difícil. Primeiro, veio a parte financeira, que fez com que Gil se apertasse bastante. Depois, era preciso se consolidar na área: “O brasileiro ainda acredita que ‘santo de casa não faz milagre’. Tive que colocar a cara a tapa em vários Estados e regiões”, explica, sobre a desconfiança da sociedade quanto aos novos serviços no Brasil.

Mas a história de Gil está longe de terminar. O próximo passo é ampliar as atuais sedes da empresa, com o objetivo de recepcionar melhor os clientes e aprimorar as condições de trabalho. “Estamos investindo em salas de treinamento, para dar melhor aprendizado aos colaboradores e gerar cada vez mais vagas de trabalho”, sonha. Atualmente, Gil mora na Grande Salvador e trabalha mais fora da empresa do que no escritório. “Evito ficar nos escritórios, para que as unidades da empresa tenham vida própria, com seus próprios gerentes e comandos”. Saber delegar funções é outra atitude empreendedora.

Um fato na vida de nosso entrevistado reforça que os objetivos de sucesso sempre devem estar claros. Em uma ocasião, logo depois de se casar, ele estava conversando com a esposa dentro de um carro antigo, quando ela sugeriu vender o veículo para pagar o aluguel da casa, para onde haviam acabado de se mudar. “Eu disse: não vou fazer isso. Uma casa não me dá uma empresa, mas com o carro consigo montar uma. E com a empresa, posso comprar quantas casas quiser ou precisar”. O que veio depois, nós já sabemos...

George Corrêa

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