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Sonhando colorido

Casuo sempre almejou a independência e, por isso, paralelo às atividades artísticas, fez vários bicos para poder se sustentar.

Redação
Publicado em 18/06/2010, às 15h34

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Segunda-feira cinzenta em São Paulo. Entrevista agendada com Marcos Casuo, o brasileiro que, por oito anos, atuou no renomado Cirque du Soleil. Às 10h em ponto, o primeiro telefonema e, passados alguns segundos, uma gravação indicava a temida caixa postal. Mas, cinco minutos depois o telefone toca. É o próprio Casuo quem está do outro lado da linha, sem assessores ou empresários para intermediar nossa conversa. Bom sinal, penso. Esta primeira impressão se confirmaria ao longo da entrevista. Foi assim, de um modo mais que descontraído, que o paulistano, hoje com 36 anos, contou um pouco de sua surpreendente trajetória.

“Minha infância foi comum. Era arteiro, mas de boa índole”, relembra. O talento, mesmo tão cedo, já deveria ser perceptível. Tanto que o pai o matriculou na capoeira e, a partir daí, Casuo começou a seguir seu próprio caminho. A capoeira, que praticou por dez anos, foi o pontapé inicial para que ele se envolvesse em outras coisas, como a ginástica olímpica e o break dance.

Casuo sempre almejou a independência e, por isso, paralelo às atividades artísticas, fez vários bicos para poder se sustentar. Quando jovem, trabalhou como office boy, mecânico, estoquista de almoxarifado, para ficar apenas em alguns exemplos. Foi exatamente nesta época que a primeira oportunidade surgiu. “Assisti ao espetáculo do Grande Circo Popular do Brasil e me apaixonei. Queria ir embora com eles”. Depois de passar por uma audição, lá estava Casuo, trabalhando na companhia circense do ator Marcos Frota. Permaneceu nove anos no Grande Circo e foi ali que aprendeu de tudo um pouco. No picadeiro, apresentou números como malabarista, acrobata e palhaço.

Suas conquistas, no entanto, não parariam por ali. O destino ainda lhe reservava boas surpresas. Casuo recebeu o convite para participar de um teste no Rio de Janeiro. Não era apenas mais uma audição, era a grande audição de sua vida, para o Cirque du Soleil. Passou no teste e seguiu de imediato para Montreal, no Canadá. Contratado para apresentar um número de acrobacia, demorou dois anos para convencer a equipe de que ele era palhaço e fazer rir era o que mais desejava. Casuo acabou criando algumas performances como palhaço e pôde, finalmente, trocar seu contrato de trabalho. Foi assim que surgiu o clown Casuo, personagem que se tornaria uma das principais atrações da companhia. Para ele, estar no Cirque du Soleil foi a realização de um sonho. “Certa vez, assisti a uma fita do grupo e disse que um dia trabalharia ali. Ninguém acreditou”, diverte-se o artista.

Como todo ciclo, após oito anos de trabalho, chegava o momento de se despedir do circo canadense. “O coração não batia mais como antes. Queria montar a minha própria companhia”, afirma com propriedade. E foi isso o que ele fez. De volta ao Brasil, arregaçou as mangas e começou a dar vida a um projeto antigo, o Universo Casuo. Depois de um ano e meio, com mais de 30 artistas-amigos a sua volta, ele conta – com a confiança de quem acredita no que está fazendo – que os primeiros frutos já estão sendo colhidos.

Hoje, ele se transformou em um artista-empreendedor e vem se apresentando para o mundo corporativo. Pequenas, médias e grandes empresas estão contratando Casuo para dar palestras ou apresentar seu pocket show. A ideia, segundo ele, é transmitir às pessoas uma mensagem de autoconfiança e estímulo, através de muita música, performance, humor e poesia.     

Para o futuro, ele quer ver a companhia do clown Casuo excursionando pelo Brasil e pelo mundo. “Quero fechar turnês com cem espetáculos por ano. Quero que o país se torne referência em entretenimento circense”, conclui. A fé de que não existe o impossível fica clara em uma frase que Casuo não cansa de repetir: “é preciso sonhar colorido”. E não é que, ao desligar o telefone e olhar pela janela, aquela segunda-feira cinzenta havia se transformado mesmo em um dia mais alegre e vivo?

Por Talita Fusco

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