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Candidatos devem fazer concursos da sua formação

É até aceitável que se participe de concursos que exija menor escolaridade para se ter condições financeiras e tranquilidade na preparação para outro certame mais compatível com o grau de instrução do candidato, desde que não caia na tentação do como

Redação
Publicado em 24/08/2011, às 16h10

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Paulo de Freitas

Há pouco tempo, estava lendo uma matéria que dizia que muitos profissionais de nível superior têm investido em concursos atrás dos bons salários e da estabilidade proporcionadas pelo emprego público. Um fato interessante que a matéria apurou é que essas pessoas estão se inscrevendo em concursos que exigem o nível médio porque acreditam que terão mais chances de aprovação do que se participasse de concursos que exigem o nível superior.

A própria reportagem esclarece que não é bem assim. As questões em concursos públicos estão mais complexas e a concorrência, cada vez mais acirrada, não faz dos concursos de nível médio um caminho menos árduo.

Já abordamos este assunto algumas vezes, mas nunca é demais voltar a discuti-lo. Abrir mão de sua formação profissional em detrimento de um emprego público pode não ser a escolha mais sábia.

É certo que o funcionalismo público oferece salários atraentes e a tranquilidade gerada pela estabilidade no emprego, mas os que buscam essa alternativa, via concurso, principalmente pelos que exigem um nível de escolaridade abaixo da formação do candidato, devem estar muito atentos para algumas dificuldades que poderá enfrentar em um futuro próximo.

Os candidatos que deixam de lado sua formação profissional podem enfrentar pelos menos dois problemas ao assumirem o cargo público. O primeiro é o comodismo proporcionado justamente pela estabilidade e vencimentos. Uma vez investido no cargo público, o funcionário se acomoda e perde o interesse em participar de outros concursos buscando maior realização profissional. O segundo problema é a insatisfação por desempenhar uma função totalmente adversa de sua área de sua formação. 

Eles investem tempo e dinheiro na preparação para os concursos até que conseguem ver seu nome incluído na lista dos aprovados. Passado o momento de euforia pela nomeação, começam a perceber que a função que está exercendo não condiz com suas expectativas, justamente porque está longe da área para o qual se dedicaram quatro ou cinco anos de suas vidas.

Essas pessoas acabam se tornando servidores frustrados por causa da insatisfação com o trabalho que desempenham. O que acaba refletindo diretamente no atendimento prestado à população que utiliza os serviços públicos.

Para que isso não ocorra, o ideal é que os candidatos a concursos públicos
busquem participar de certames que ofereçam vagas em cargos de acordo com sua formação ou habilidade profissional. Um médico ou engenheiro aprovado em um concurso para a área fiscal, por exemplo, pode ter muita dificuldade de adaptação. O ideal é que esses profissionais optem por cargos que exijam conhecimento em sua área de formação.

É até aceitável que se participe de concursos que exija menor escolaridade para se ter condições financeiras e tranquilidade na preparação para outro certame mais compatível com o grau de instrução do candidato, desde que não caia na tentação do comodismo. Para que isso ocorra, é necessário estar bem focado no objetivo a ser alcançado.


Paulo de Freitas
é jornalista e funcionário público. Tem mais de 13 anos de experiência na área de concursos públicos.E-mail:paulokassaco@ig.com.br

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