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Noções redacionais, conotação e denotação

Confira dicas para fazer uma boa redação e alcançar êxito nas provas dos concursos públicos.

Redação
Publicado em 09/05/2014, às 15h06

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Sandra Ceraldi

A redação é uma temática muito discutida e deve ser bem trabalhada quando se pensa em concursos públicos. Definir suas modalidades e localizar seus elementos estruturais ajuda a alcançar êxito nas provas. Então, acompanhe as explicações a seguir e sucesso em seu concurso!

Modalidades

Narração: conta-se um ou mais fatos que ocorreram em determinado tempo, lugar, envolvendo certos personagens. Pode a narrativa fazer parte do mundo real ou imaginário.

Descrição: apontam-se características que compõem um determinado objeto, pessoa, ambiente ou paisagem.

Dissertação: exposição de ideias gerais seguidas de apresentação de argumentos que as comprovem.

Estrutura narrativa

Fato (o que se vai narrar); tempo (quando o fato ocorreu); lugar (onde o fato se deu); personagens (quem participou do ocorrido ou o observou); causa (motivo que determinou a ocorrência); modo (como se deu o fato); consequências (o que acarretou o fato).

Foco narrativo

1ª pessoa: o narrador participa da ação e se inclui na narrativa, denominado narrador-personagem (utilizam-se verbos e pronomes de 1ª pessoa);

3ª pessoa: o narrador não participa da ação, não se inclui na narrativa, denominado narrador-observador (utilizam-se verbos e pronomes de 3a pessoa).

Discurso são as falas do personagem ou do narrador:

Discurso direto é a fala reproduzida pelo narrador,exatamente como seria dito pelo personagem, ou a própria fala do personagem.

Ex.: “__ Viva! Agora vamos tratar de comer!” 

Discurso indireto é a fala do personagem contada pelo narrador.

Ex.: “Entusiasmado, Eugênio disse que estava na hora de comer.” 

Discurso indireto-livre trata-se de uma forma mista em que a fala do personagem funde-se com o narrador, que transmitirá o pensamento e o sentimento do personagem, que intercala com a narrativa de 3ª pessoa.

Ex.: “O ladrão, bem apanhado diga-se de passagem, roubou todos os cofres da loja.”


Estrutura descritiva

Nesta modalidade, apontam-se características de determinados elementos, por isso o predomínio no texto descritivo é de adjetivos, predicativos, além de verbos de estado. A descrição objetiva ocorre quando o emissor quer descrever, mas também quer denotar emoção. O enfoque é subjetivo e a linguagem é conotativa, isto é,simbólica. Ex.: “O sujeito parecia um carro de boi cruzando com um trem de ferro, entrou soltando fogo pela folga do dente de ouro”. A descrição subjetiva, denominada também descrição técnica, obedece à necessidade de representar o ser da maneira objetiva e direta, limitando-se apenas com enumeração dos elementos, sem expressar nenhum juízo de valor. O observador deve relatar o objeto utilizando uma linguagem científica, precisa. Ex.: “Ele tem uma armação de madeira, formada por varetas achatadas, unidas entre si por um eixo colocado próximo às extremidades...” – guarda-chuva.

Estrutura dissertativa

Tópico frasal vem expresso na introdução e pode ser desenvolvido por meio de diversos processos: o objetivo de quem escreve, o receptora quem se dirige o texto, o ponto de vista a respeito de determinado assunto,seja o leitor favorável ou contrário, desenvolvendo a afirmativa de forma coerente para que ela tenha  valor  e seja  também  convincente.

Tema é o assunto que será exposto, ou seja, a ideia que será defendida ao longo da exposição. O tema não pode ser confundido com título, que é uma expressão curta e vem sempre sublinhado, colocado na primeira linha d aredação.

Argumentos são as fundamentações da dissertação, que devem ser retiradas do tema através de perguntas, desenvolvidas e fundamentada sem parágrafos próprios. Os argumentos sempre justificam a afirmação proposta pelo tema.

Cronologia dissertativa

Introdução: os argumentos são apenas mencionados em um primeiro parágrafo, informando o assunto sobre o qual a dissertação vai tratar.Cada argumento é encaixado ao tema através de conjunções (pois, além do mais etc).

Desenvolvimento: é a explicação lógica dos argumentos apresentados na introdução, em que cada um será desenvolvido em parágrafo próprio.

Conclusão: é iniciada com uma expressão que remeta aoque foi dito nos parágrafos anteriores (expressão inicial) e a ela deveseguir-se uma reafirmação do tema proposto no início da redação.

Conotação e denotação

Todas as bancas organizadoras de concursos públicos questionam os candidatos sobre a linguagem estilística, mais precisamente sobre o entendimento que se atribui a determinados vocábulos retirados de textos e,para isso, é importante ressaltar os postulados da língua portuguesa, como base de estudos. O linguista suíço Ferdinand de Saussure definiu conceitos importantes sobre signo, significante e significado, objeto de estudos por todos os profissionais da área, e afirmou que o signo linguístico compõe-se de dois elementos indissociáveis: o significante e o significado.Como exemplo, o vocábulo C - A - S - A (elemento linguístico que se constitui de letras) ao ser proferido pelo falante, produz um determinado som, o que expressa a noção do que seja o significante. Associado a esse entendimento, temos, por sua vez, a noção do conceito do objeto ora representado, constituído pela imagem mental que atribuímos a ele. Assim,“casa” se caracteriza como moradia, instrumento particular do qual as pessoas se dispõem para se acolherem (o significado). Tais postulados tendem a nos subsidiar quanto ao entendimento acerca da denotação e conotação, uma vez que aquela se refere ao sentido original das palavras, prescrito pelo dicionário,ao passo que esta permite que o “significado” assuma diferentes sentidos, dependendo do contexto em que se encontrar inserido.

As figuras de linguagem, que apresentam como objetivo do emissor conferir maior expressividade à mensagem, dão-se em maior ocorrência na linguagem literária, implicando maior envolvimento do leitor diante do contexto. Esse recurso estilístico é também visto em demasia na linguagem publicitária, cuja finalidade proferida pelo discurso é a de persuadir o público, pois o emissor usa determinados artifícios para a concretização de seus reais objetivos, embutidos em uma linguagem variada de significados, bem como outra não verbal, associada a imagens e texto para provocar um eficaz efeito de sentido diante do interlocutor.

Veja os exemplos a seguir: “Eu moro em uma casa enorme e bonita”. Nesse caso,entende-se a palavra “casa” de acordo com seu sentido real, concreto. Já em “a casa caiu para os marginais”, de acordo com o contexto, o vocábulo assumiu um sentido diferente do convencional, cuja linguagem foi a conotativa(entendimento aleatório ao convencional).

Analise as frases abaixo e procure identificar a denotação e a conotação:

O garoto quebrou a vidraça.

O garoto quebrou o silêncio.

Uma pedra rolou da encosta.

Você é uma pedra no meu sapato.

As estrelas do céu brilhavam.

As estrelas do cinema brilhavam.

Professora Sandra Ceraldi Carrasco éconsultora, especialista em língua portuguesa e autora de livros e periódicos na área. Há mais de 20 anos ministra cursos e palestras com índice recorde de aprovação. Seu mais recente trabalho aborda de forma prática o Acordo Ortográfico. Atualmente é coordenadora de cursos e professora de redação oficial da Academia de Polícia de São Paulo. Contato: professora.sandracarrasco@uol.com.br.

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