O otimismo e o bom humor são característicos dos vitoriosos, daqueles que terminarão aprovados e aptos a exercer seu feliz cargo novo
Wilson Granjeiro
Esta é uma fábula que a princípio parece simples e ingênua. Porém, ressalta uma realidade que às vezes custamos a compreender: vemos as coisas ao nosso redor como um reflexo do nosso estado interior. Portanto, crer que as coisas em nossa vida vão bem ou mal depende, sobretudo, de nós mesmos.
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Tempos atrás, em um distante e pequeno vilarejo, havia um lugar conhecido como A Casa dos Mil Espelhos. Um pequeno e feliz cãozinho soube do lugar e decidiu visitá-lo. Lá chegando, saltitou feliz escada acima, até a entrada da casa. Olhou da porta de entrada, com suas orelhinhas bem levantadas e a cauda balançando tão rapidamente quanto podia. Para sua grande surpresa, deparou-se com outros mil pequenos e felizes cãezinhos, todos com a cauda balançando tão rápido quanto a dele. O cachorrinho abriu um enorme sorriso e foi correspondido com outros mil sorrisos tão grandes quanto o dele. Quando saiu da casa, pensou:
- Que lugar maravilhoso! Voltarei sempre, um montão de vezes.
No mesmo vilarejo, outro pequeno cãozinho, que não era tão feliz quanto o primeiro, também decidiu visitar a casa. Escalou lentamente as escadas e olhou da porta. Quando avistou os mil olhares hostis de cães que o fitavam, rosnou e mostrou os dentes. Ficou horrorizado quando os cães também rosnaram e mostraram os dentes para ele. Quando saiu, pensou:
- Que lugar horrível, nunca mais volto aqui.
Na nossa vida, podemos agir como o primeiro cãozinho ou como o segundo. Essa verdade se aplica como uma luva ao mundo dos concursos, onde o pessimismo e o mau humor são caminho certo para a reprovação. Por outro lado, o otimismo e o bom humor são característicos dos vitoriosos, daqueles que terminarão aprovados e aptos a exercer seu feliz cargo novo e desfrutar de todas as vantagens que a carreira pública pode oferecer, entre elas, um belo salário.
É de forma positiva que vejo a vida. Tenho obtido sucesso graças a esse traço da minha personalidade. Para liderar uma grande equipe de professores e funcionários – como é o meu caso –, é essencial trabalhar com entusiasmo e, mais do que isso, com paixão. Ao acordar, todos os dias, devemos pensar nas coisas boas que podem nos acontecer durante o expediente. O trabalho deve ser um local onde temos prazer de passar algumas horas, e não um lugar onde impera a insatisfação e que só nos causa aborrecimento.
Nos meus mais de 22 anos de atividade no magistério, aprendi que um professor só consegue fazer bem o seu mister em sala de aula se estiver feliz consigo mesmo e com a profissão que tomou para si. É claro que há dias em que qualquer pessoa fica com o astral em baixa, mas é preciso vencer esse estado para seguir em frente. Para isso, nada melhor do que seguir o conselho de Norman Vincent Peale, guru de motivação norte-americano: “Mude seus pensamentos e estará mudando seu mundo”. Ou o ensinamento de Albert Einstein: “No meio de toda dificuldade reside uma oportunidade”. É simples assim: onde o pessimista vê negatividade, o otimista vê possibilidades.
É nessa linha de comportamento que espero ver meus professores e alunos pautar sua convivência em nossa escola. Em minha atuação como educador, constatei que o rendimento das aulas dependia muito do meu estado de espírito, e essa é uma lição que alguém que acumulou vasta experiência pode passar aos colegas. Cada aula é um momento novo na vida de um professor, e não a repetição monótona de um monte de assuntos decorados. Sem motivação, é impossível entrar em sintonia com os alunos. Por consequência, o rendimento de um, de outro ou de todos vai por água abaixo.
Os alunos também precisam estar motivados para alcançar o melhor rendimento em sala de aula. Eles só conseguem isso se encararem o curso que estão fazendo não como uma pesada obrigação e um sacrifício, mas como um importante investimento para o seu futuro pessoal e profissional. A escola procura lhes dar o melhor que pode. Eventuais falhas podem ser superadas com entendimento mútuo e cooperação.
Para nós, o melhor exemplo é o do primeiro cãozinho da Casa dos Mil Espelhos, aquele que vê sua felicidade multiplicada mil vezes e deseja voltar sempre àquele local maravilhoso.
J. W. Granjeiro é Diretor-Presidente do Gran Cursos; coordenador do Movimento pela Moralização dos Concursos - MMC. www.professorgranjeiro.com. Twitter: @jwgranjeiro.
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