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Preparo emocional para concursos

Além das técnicas de estudo e investimento na preparação, concurseiro pode esquecer de preparar o lado psicológico

Redação
Publicado em 28/09/2012, às 16h01

William Douglas

“Hay que endurecerse, 
pero sin perder la ternura jamás”
(Che Guevara)

Quase sempre, quando se fala em concursos públicos se dá maior enfoque às técnicas de estudo e ao investimento contínuo na preparação para os certames. Estes são, sem dúvida, assuntos essenciais para o concurseiro, mas não se pode esquecer que, do outro lado da jornada para o cargo público, existe um outro preparo que não pode ser ignorado ou deixado para depois: o psicológico do candidato. E hoje, falarei um pouco sobre esse assunto.

A preparação para concursos pode ser, em muitos aspectos, comparada à criação dos filhos ou ao uso do sabonete durante o banho: se você não segura bem firme, escorrega da mão (no caso do sabonete) ou saem de seu controle (no caso dos filhos), no entanto, caso aperte com força demais (com muitas cobranças, com muitas críticas ou com apertões mesmo), sai voando para longe o que torna difícil prosseguir, seja com o banho ou com a criação. A metáfora pode parecer inusitada a princípio, mas expressa uma realidade bastante séria: no preparo para concursos é preciso ter cuidado para, por um lado, não deixar que o estudo seja substituído por distração, festas e procrastinação e, por outro, não deixar que se torne um fator a mais de estresse que tire o proveito do estudo.

E, nesse sentido, a frase do revolucionário é bastante conveniente: é preciso rigidez/força/convicção, sem, contudo, perder a ternura.

O estudo e a dedicação são necessários, são prioritários, mas é preciso, também, estudar de maneira eficiente, levando em conta alguns cuidados fundamentais como atenção para não perder o foco ou, pior, ter uma estafa; afinal, a qualidade do estudo é, na grande maioria dos casos, mais importante que a quantidade de horas passadas em frente ao material de leitura/didático, se forem horas passadas sem proveito. Em meu livro Como Passar em Provas e Concursos, apresento as diferenças de um estudo com qualidade e a quantidade de horas de estudo, muitas vezes confundidas, e quebro alguns mitos como, por exemplo, aquele de que quem não estuda em média oito horas por dia não será aprovado. A preparação vai variar de pessoa para pessoa, assim como as horas de estudo e a melhor técnica.

Se você está se preparando agora para concursos já deve estar experimentando a pressão das cobranças externas e até mesmo pessoais, dos prazos, do pouco tempo, do desestímulo que muitas vezes bate à porta... caso contrário, deve estar fazendo algo errado e é preciso mudar. Essa pressão é benéfica, é um termômetro para verificar o nível de comprometimento com o seu sonho e com a sua preparação, com seu futuro cargo. No entanto, se essa pressão está se tornando insustentável e angustiante e tem transformado seu sonho em um verdadeiro pesadelo, talvez seja o momento de diminuir um pouco o ritmo, a hora de ir com um pouco mais de calma nos estudos porque tem algo sendo feito de forma errada.

Para que o estudo seja produtivo (com qualidade além de quantidade) é necessário ter equilíbrio na vida e nas atitudes. Não se pode esquecer que um bom quadro-horário sempre prevê muitas horas de leitura e de estudo, mas também indica tempo de descanso, de lazer, de convívio familiar, de atividade física e de alimentação – saudável, se possível – itens indispensáveis para a boa preparação, posto que são as fontes de sua motivação e aqueles nos quais você irá procurar o apoio nas horas mais tensas.

Passar um tempo com os filhos e com os pais pode ajudar bastante na medida em que traz a tranquilidade necessária para seguir em frente. Sair com amigos ou pegar um cinema com a namorada também tem esse efeito. Tudo com a medida correta, não se pode esquecer totalmente do estudo, apenas relaxar nas horas em que a pressão se tornar insustentável. Conheço casos de concurseiros que sempre estavam em período de relaxamento e ficavam insatisfeitos com os resultados obtidos nas provas. Não se pode esquecer que para passar, deve se pagar o preço.

É de extrema importância que o candidato cuide de sua saúde e bem-estar para conseguir o equilíbrio necessário para atingir sua meta. Ter em mente o ditado “mente sã, corpo são”, que sempre repito em minhas palestras e uso em minha vida, pode ser um bom pontapé inicial na hora de estabelecer suas prioridades no caminho para alcançar a almejada estabilidade do cargo. Lembre-se de alternar momentos de uma boa pressão com momentos de relaxamento, um bom indicativo de que você está tomando as rédeas do seu preparo e a melhor dica nessa hora é: segure firme! Não deixe seu momento escapar.

William Douglas é juiz federal, professor universitário, professor exclusivo da Rede LFG, palestrante e autor de mais de 40 obras, dentre elas o best-seller “Como Passar em Provas e Concursos” www.williamdouglas.com.br. Acompanhe-o nas redes sociais: @site_wd, /PaginaWilliamDouglas (Facebook) e /sitewilliamdouglas (Youtube).

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