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Inimigo profissional?

Até que ponto é sadio abster-se de alguma realização profissional ou pessoal em favor de um outro alguém?

Redação
Publicado em 15/04/2011, às 15h47

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Você já amou? A resposta para essa pergunta um tanto quanto tola parece apontar para uma unanimidade. Já se arrependeu de escolhas feitas por amor? Outra resposta que parece óbvia mediante pergunta tão abrangente. Pode parecer pouco pertinente aos temas em voga aqui no “Cineclube JC”, mas poucas vezes paramos para perceber o quanto nossas escolhas profissionais estão ligadas as nossas vidas afetivas. Não. Não se trata de um guia sobre como administrar uma paquera no ambiente de trabalho ou sobre como evitar crises com antigas paixões que precisamos nos relacionar no dia a dia da profissão. O que se propõe aqui é mais estrutural.

Até que ponto é sadio abster-se de alguma realização profissional ou pessoal em favor de um outro alguém? De certa forma essa questão é perpassada na comédia romântica “O diário de Bridget Jones”. Quando descobrimos Bridget, ela está cheia de metas e expectativas para o novo ano; mas todas essas resoluções ficam em compasso de espera em virtude de Daniel Cleaver, o chefe cafajeste por quem Bridget está apaixonada. Como o romance precisa acontecer e a autoestima de Bridget precisa aumentar, surge o protótipo de homem perfeito na figura do gentil e abonado Mark Darcy. O amor verdadeiro descortina-se com o sucesso profissional e ambos vêm na figura de Mark.

Se o que se vislumbra em “O diário de Bridget Jones” tem gosto de fábula, o que se percebe em “Amor?”, que estréia nos cinemas na próxima sexta-feira (15), é papo sério. No filme de João Jardim, cujo último trabalho (o documentário “Lixo extraordinário”) concorreu ao Oscar, a discussão gira em torno dos limites do amor. Até que ponto o sentimento como sugere a definição romântica impera e quando cede lugar a outras disfunções? Amor e violência são os rompantes do filme que reproduz, em tom de conversa, histórias verídicas de pessoas que viveram episódios de violência em seus amores. Esses relatos são encenados por atores em um híbrido de documentário e ficção que deixa o espectador receoso de sua própria autoestima. É necessário muita força para superar certos pendores emocionais e todos os relatos testemunhados em “Amor?” convergem para uma mesma indagação: por que eu me anulei em favor do outro?

Outro filme ótimo que reverbera a questão, ainda que sob outro ponto de vista, é “Kramer vs Kramer”. Na fita ganhadora do Oscar, Ted Kramer prioriza o trabalho em detrimento de sua família (um gesto contumaz em nossa sociedade). Sua mulher, Joanna, um belo dia, resolve romper com essa rotina e sai de casa. Abandona o marido e o filho e busca uma colocação no mercado de trabalho. Quando Ted consegue ajustar sua rotina profissional às necessidades de seu filho, Joanna reaparece exigindo a custódia da criança. A disputa vai aos tribunais. “Kramer vs Kramer”, que - entre outros prêmios – rendeu o primeiro Oscar a Meryl Streep, foi considerado na época de seu lançamento (1979) um libelo feminista. Uma vez que o filme defendia o direito das mulheres trabalharem fora de casa.

Os personagens que abrem suas histórias em “Amor?” despudoram-se de corpo e alma e se submetem ao crivo da platéia. João Jardim não oferece uma moral assim como as que vislumbramos em “O diário de Bridget Jones” e “Kramer vs Kramer”. Nem todas as histórias que constituem o filme estão fechadas. Superadas. É desse sentimento de inconclusão que o filme tira sua força e perenidade. É, afinal, o que move o amor propriamente dito e o que caracteriza as renúncias que fazemos em nome dele.

Reinaldo Matheus Glioche

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