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Por trás da toga

Juiz de direito. Uma profissão tão admirável quanto reclusa em si. Fidedigna de uma imparcialidade que o que nos faz humanos é incapaz de prover...

Redação
Publicado em 13/05/2011, às 15h47

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Juiz de direito. Uma profissão tão admirável quanto reclusa em si. Fidedigna de uma imparcialidade que o que nos faz humanos é incapaz de prover. O juiz é uma figura crucial dentro do sistema jurídico e judiciário e é tão apaixonante quanto arredada de vaidades.

Há pouco saiu um edital para juiz substituto do Tribunal Regional do Trabalho da 2ª Região. A seleção é para a alçada federal, para atuação na segunda instância e, justamente por isso, mais difícil e concorrida do que um concurso para a primeira instância em jurisdição estadual.

Causas trabalhistas são aquelas que mobilizam maior quantidade de dinheiro e, geralmente, passam ao largo do interesse público.

Justamente por ser menos “cinematográfica” do que ações penais e civis, o cinema em geral – e Hollywood em particular – se apossaram pouco dessa importante vertente da justiça.

Aliás, os advogados e seus dilemas morais são mais cinematográficos do que os juízes e sua retidão à letra da lei. Mas alguns já foram protagonistas de ótimos filmes. Um deles é o sensacional “A comédia do poder”, um dos últimos do grande cineasta francês Claude Chabrol.

Uma juíza federal (Isabelle Huppert) está à frente de uma investigação que põe na linha de fogo órgãos públicos, agentes do governo, fraudes e participação de setores do empresariado. Claude Chabrol enxerga na corrupção disseminada no centro do poder uma anedota social.

O rigor moral da juíza vivida por Isabelle Huppert contrasta com o descalabro de sua vida familiar, negligenciada pela dedicação com que trata seu trabalho. Negligência e caos familiar estão presentes na vida do juiz Robert Lewis, personagem que Michael Douglas interpreta com brilho em “Traffic”. A produção acompanha a batalha contra o tráfico de drogas em diferentes frentes.

Douglas vive um juiz federal, com forte postura anti-drogas, que está a frente de uma investigação cheia de ramificações. A conturbada rotina do juiz torna-se mais conturbada ainda quando ele descobre que sua filha é viciada em heroína. “Traffic”, diferentemente de “A comédia do poder”, não se pretende uma crítica, mas busca com a mesma contundência arejar os dilemas que um juiz vivencia e que o grande público ignora.

Como curiosidade à contemporaneidade desses dois filmes, à parte o fato de se centrarem na figura de juízes, estão dois temas atuais que residem no seio da sociedade brasileira: o primeiro deles é o surgimento de uma nova droga (oxi), derivativa do crack, mas muito mais poderosa; o segundo aspecto de relevância é que a dramaturgia de “A comédia do poder” em muito se assemelha à denominada “operação satiagraha” que vinculava o banqueiro Daniel Dantas a negociatas de governo. Também neste caso, um juiz – no caso o magistrado Fausto Martin de Sanctis – frequentou o noticiário nacional.

Hollywood também soube brincar com essa figura tão primordial quanto apaixonante do jogo social. Sylvester Stallone foi juiz, júri e executor em “O juiz”, filme de ação rodado na época em que Stallone era o papa do gênero. Na trama de “O juiz”, que se passa no terceiro milênio, o sistema judiciário entrou em colapso e uma nova força policial erigiu dessa realidade. Chamados de juízes, esses policiais congregam toda a estrutura judiciária neles. O filme é divertido e mostra como Hollywood é capaz de subverter anos de aprofundamento doutrinário e organização civil em nome de boas duas horas de ação. 

Por Reinaldo Matheus Glioche

Serviço:

A comédia do poder

Nome original: L´lvresse du pouvoir

País: França

Ano de produção: 2006

Direção: Claude Chabrol

Disponível em DVD

Traffic

País: Estados Unidos

Ano de produção: 2000

Direção: Steven Soderbergh

Disponível em DVD

O juiz

Nome original: Judge Dredd

País: Estados Unidos

Ano de produção: 1995

Direção: Danny Cannon

Disponível em DVD

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