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Sem segunda opção

Rafael Ferreira Nunes conta como se prepara para o concurso de agente da Polícia Federal. A carreira é a meta do concursando desde criança

Pâmela Lee Hamer
Publicado em 04/11/2013, às 15h58

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O que você quer ser quando crescer? Bombeiro, enfermeira, médico? Para Rafael Ferreira Nunes, a resposta sempre esteve muito clara, até mesmo quando nem sabia que a réplica traduziria todo um estilo e condição de vida: policial!
Aos 24 anos, o concursando tem a Polícia Federal, mais especificamente o cargo de agente, como objetivo. “Tenho amigos na PF e na PM e, pelo menos para mim, a PF representa maior visibilidade, mais respeito e salário melhor dentre as oportunidades na segurança pública, porque o que eu quero mesmo é entrar nessa área. É um sonho de criança e um meio para sustentar uma família”.
O último edital para a carreira foi lançado em 2012, com 500 oportunidades. Para disputar o cargo foram pedidos ensino superior completo em qualquer área e Carteira Nacional de Habilitação (CNH) a partir da categoria “B”. Tudo isso Rafael tem. Mas ainda falta.
“Prestei o concurso duas vezes. Foi muito interessante. Na primeira vez, eu estava estudando há 8 meses e fiquei por dez pontos. Depois de quase um ano e meio de dedicação, acabei indo pior e fiquei por 20 pontos. Conversando com outras pessoas, percebi que acabei estudando demais, e isso, para concurso, não ajuda. Como estudei muitos autores, muita doutrina, fiquei procurando pelo em ovo nas questões e acabei achando que não era tão simples como parecia, que tinha alguma coisa escondida”.
Depois do resultado, e enquanto não havia perspectivas de sair outro edital tão logo para agente da Polícia Federal, Rafael resolveu se manter perseverante quanto à área de segurança pública, mas em outro cargo e corporação. Foi tentar a carreira de escrivão na Polícia Civil do Estado de São Paulo.
“Escolhi o cargo de escrivão porque tem mais a ver comigo. Eu sou dinâmico, ativo e não me vejo sentado em uma delegacia”.
A preparação não foi muito complexa, pela similaridade das matérias e pelos estudos para a Polícia Federal, que vão completar três anos no final de 2013. “Quando saiu o edital, vi algumas matérias que divergiam e fiz um cursinho de última hora. Na minha melhor fase, eu acordava às 7h; ia para a academia para me preparar para a prova física e treinava até 8h30, mais ou menos; estudava das nove ao meio-dia; almoçava do meio-dia até à uma da tarde; e estudava da uma até às cinco e meia, seis horas. Quando estava no cursinho, ia de manhã para lá e depois estudava. Eu tinha uma boa base e estudei criminologia e alguns outros conteúdos necessários uns dois, três meses antes da prova”.
O resultado foi bom e poderia ter amenizado as expectativas quanto à PF, culminando na aprovação, se não fosse por um engano. “Foi até meio curioso. Fiz todas as etapas, segunda fase, exame psicológico, mas não sei o que aconteceu: estava acompanhando pelo site da Vunesp, a organizadora, mas lá não foi divulgado o edital de convocação para o teste físico e acabei não vendo no site da Polícia Civil. Então, perdi. Se eu tivesse passado, ocuparia o cargo mesmo que temporariamente, porque não estou trabalhando, e essa situação está começando a me incomodar”, conta o candidato.
Mais uma decepção e o ânimo de Rafael foi para a “cucuia”. Em três anos de preparação, foi a primeira vez que o baque chegou forte.
“Disciplina é o mais difícil de encontrar. Como não estou trabalhando e parei de fazer cursinho, fico em casa o dia inteiro. E quando você tem muito tempo para fazer, acaba deixando para a última hora. Também mudei de casa e demorei um pouco para me adequar, mas estou me policiando e voltando ao ritmo. Posso contar com o apoio da minha família, que me ajuda financeira e emocionalmente, e também creio muito no lado espiritual”.
É como costumam dizer por aí nesse meio de concursos públicos, em referência aos “mantras” criados pelo “guru dos concursos”, William Douglas, juiz federal com diversas aprovações em concursos – cinco delas em primeiro lugar – e quatro livros publicados, todos voltados para a conquista da carreira pública: “Concurso não se faz para passar, mas até passar”.
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