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Emprego de formas nominais: particípio e infinitivo

A professora de língua portuguesa Sandra Ceraldi dá dicas para se sair bem em formas nominais nas provas de concursos públicos

Sandra Ceraldi
Publicado em 10/06/2016, às 12h59

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O particípio, na língua portuguesa, é uma das formas nominais dos verbos que indica ação verbal passada e sua ocorrência manifesta-se nas locuções verbais. Quanto aos verbos abundantes, os particípios existem em duas formas equivalentes com terminações regulares: ado ou ido, bem como terminações irregulares. Veja alguns exemplos: aceitar, aceitado (forma regular) e aceito (forma irregular); entregar: entregado e entregue; suspender: suspendido e suspenso; imprimir: imprimido e impresso; fritar: fritado e frito; enxugar: enxugado e enxuto; tingir: tingido e tinto; benzer: benzido e bento, entre outras formas abundantes. 
Os verbos auxiliares que acompanham os particípios delimitam seus usos, por isso, para o particípio regular, empregaremos os auxiliares “ter” ou “haver”, ao passo que para o particípio irregular, empregaremos os auxiliares “ser” ou “estar”. Acompanhe então os exemplos: “As empresas haviam ou tinham entregado as mercadorias”. Nesse caso usamos os auxiliares (haver ou ter) que exigem o particípio regular (entregado). Já na frase: “O dinheiro foi ou estava entregue”, usamos os auxiliares (ser ou estar) que exigem o particípio irregular (entregue). Posto isso, preste atenção e corrija frases cotidianas: “A editora havia ou tinha impresso o livro”, corrija para: “A editora havia ou tinha imprimido o livro”. “O papel foi imprimido erroneamente”, corrija para “O papel foi impresso erroneamente”. 
Em se tratado de infinitivo, temos o estado natural do verbo cujas terminações são: ar, er ou ir (e or, no caso do verbo pôr). Exemplos: cantar, estudar, vender, compor, partir, etc. Desse conceito, extraímos duas formas: infinitivo pessoal: como o próprio nome diz, se refere às pessoas do discurso (para eu amar, para tu amares, para ele amar, para nós amarmos, para vós amardes, para eles amarem). O infinitivo impessoal não se flexiona de acordo com as pessoas do discurso (chorar, amar, sofrer, resistir). Quanto ao emprego do infinitivo, veja os casos a seguir:
1. A Gramática padrão reza que o infinitivo deva ser flexionado de acordo com o seu sujeito: “A professora ensinou os alunos a estudarem”.  Mas, por quê? A frase apresenta dois verbos (ensinar e estudar), cada um com seu sujeito, o qual é encontrado perguntando-se quem ao verbo. Quem ensinou? A professora é sujeito; quem estudou? Os alunos estudaram (sujeito do verbo estudar), daí a flexão no plural.  É notório que, se os dois verbos possuírem o mesmo sujeito, o infinitivo será impessoal: “Elas devem repor as energias” (quem deve? Elas; quem repor? Elas). Ficaria péssimo “Elas devem ‘reporem’”. Obs.: Se o verbo introduzido por preposições (a, sem, com, em, de) estiver no início da frase, preferir-se-á o infinitivo flexionado, embora tenha o mesmo sujeito do outro verbo da oração: Sem comerem, ficarão desnutridos. Por eufonia, no entanto, pode-se manter o infinitivo não-flexionado, principalmente quando o verbo vier depois do sujeito: Ficarão desesperados ao encontrar o pai.
2. Pode-se usar o infinitivo pessoal ou o impessoal diante dos verbos mandar, fazer, sentir, deixar, ouvir, ver, etc., quando seguidos de sujeito de um verbo no infinitivo. Nesses casos, o infinitivo pode flexionar-se ou não. Veja: “Você já deixou AS MENINAS brincarem (ou brincar)? ” Verbo deixar + sujeito (as meninas) + verbo no infinitivo (brincar ou brincarem).
3. Aconselha-se, no entanto, que o infinitivo seja flexionado quando a ação for reflexiva e recíproca: Vi-os ajoelharem-se perante mim (a ação de ajoelhar residiu no próprio sujeito). Deixamos os garotos se olharem (um olhou o outro – troca de ações).
4. Quando se quiser enfatizar que o sujeito da ação é indeterminado (não se sabe quem é ou não se quer revelar), o infinitivo será flexionado. Ex.: Ouvi FALAREM mal de você.
Bons estudos! Sandra Ceraldi Carrasco é consultora, especialista em língua portuguesa e autora de livros e periódicos na área. Há mais de 20 anos ministra cursos e palestras com índice recorde de aprovação. Seu mais recente trabalho aborda de forma prática o Acordo Ortográfico. Atualmente é docente da Academia de Polícia de São Paulo e professora universitária. Contato: professora.sandracarrasco@uol.com.br.
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