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Manifestações podem ser temas de provas

Onda de protestos pelo Brasil pode cair em questões já nos próximos concursos, acreditam especialistas

Douglas Terenciano
Publicado em 05/07/2013, às 15h52

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Nas últimas semanas os brasileiros têm convivido com manifestações em praticamente todo o país. Como o tema está cada vez mais frequente no noticiário, será que organizadoras já planejam inserir questões sobre as mobilizações em exames de concurso público? Os especialistas ouvidos pelo JC&E acreditam que sim. Por isso, os concurseiros devem ficar atentos a esse momento de mobilizações no Brasil.

Para Alessandro Sanchez, coordenador de cursos na rede LFG, perguntas sobre os últimos acontecimentos devem cair em exames daqui a três ou quatro meses, em média. “Tem grandes chances de ganhar as provas de concursos públicos, principalmente aqueles marcados para setembro e os meses posteriores, e isso tudo pode se estender até 2014”, dependendo da repercussão do tema, explica.

Já Marcos César Gonçalves, advogado e especialista na disciplina de atualidades para concursos, ressalta que questões relacionadas aos protestos serão inevitáveis nos próximos certames. “Em especial nas provas de redação, atualidades, direito administrativo e, principalmente, direito constitucional”, diz.

Quem também aposta em temas sobre os acontecimentos recentes é o escritor e professor de cursos preparatórios, Rogério Neiva. “Além de ser o assunto mais abordado do momento quando se trata de atualidades, é também um assunto capaz de medir a capacidade de entendimento do candidato em relação o que está acontecendo no campo da política no país”, afirma.

O concursando não deve limitar-se a estudar apenas o noticiário, mas sim aprofundar-se refletindo sobre os casos. “É indispensável o candidato entender, estudar e contextualizar os diversos temas com a realidade nacional, ter um conhecimento mínimo da PEC 37, PEC 33, direitos constitucionais fundamentais, tais como liberdade de expressão, opinião, direitos sociais, entre outros temas”, reforça Marcos.

Já Rogério salienta que é necessário considerar dois aspectos. O primeiro é o que pode cair no exame, enquanto o segundo é como isso será cobrado. “Nas provas objetivas só se pode cobrar dados factuais. Por exemplo, a rejeição da PEC 37 pelo Congresso Nacional ou que as manifestações começaram com a reivindicação da redução da tarifa do transporte. Já as redações podem apresentar temas abertos para serem dissertados”, explica.

Lá ou cá? – Como toda história tem dois lados, o candidato deve ficar atento a tudo que for relacionado às mobilizações, desde os ideais dos manifestantes aos anúncios dos governantes. E isso independente de suas preferências partidárias, dizem os especialistas. Perguntado sobre o tema, Gonçalves foi taxativo. “O concurseiro não deve ter lado! Ele deve ouvir, ler, estudar e entender o assunto do modo mais imparcial possível e então expor as ideias sem lado político, sem estigmas e com o mínimo de opinião pessoal. Não é bem visto em provas o radicalismo ou as posições que tendem a tal fim, até porque nada garante que a posição dele será a do examinador”.

Outro fator apontado pelo advogado que pode atrapalhar o concursando é ir além do que for solicitado no exame, ou seja: não se empolgue na redação! “O importante é o domínio do tema e a fundamentação jurídica do assunto e não necessariamente a opinião por mera opinião. Pode até concluir com uma opinião, mas a mesma deve estar muito bem fundamentada”, orienta Marcos.

As dissertações merecem atenção especial, completa Neiva. “É preciso que o candidato tenha muito cuidado e procure ser objetivo, factual e evite adjetivações, principalmente as que revelem a sua opção ideológica e partidária”.

Como estudar – Tão importante quanto entender o assunto é saber onde procurar essa informação. O candidato certamente vai encontrar opiniões a favor e também contrárias as manifestações. É preciso saber equilibrá-las, aconselha Rogério. “Cabe ao candidato ter cuidado com as fontes de informações, pois existem veículos altamente editorialistas e tendenciosos, que adotam adjetivações de fatos, comportamentos e pessoas. Por outro lado, se for buscar informação em um veículo tendencioso, é bom buscar informação sobre o mesmo tema em veículo que sustenta visão em sentido contrário”, diz.

“As bancas examinadoras costumam trazer trechos de matérias veiculadas em meios de comunicação escritos. A dica é focar em dois ou três portais diariamente, também dando preferência para o meio impresso, já que a TV e rádio exigem mais tempo disponível”, acrescenta Sanchez.

Além das reivindicações, Marcos acredita que o tema violência, visto em alguns dias de protestos, também faça parte do conteúdo. “É possível sim, mas se o fizer provavelmente será correlacionando violência com liberdade de expressão, direito à vida e dignidade da pessoa humana. Profissionalismo e treinamento das polícias, assim como limite da repressão também”, prevê. Gonçalves ressalta que se o concurseiro conseguir fazer uma comparação reflexiva sobre as mobilizações e o cargo pretendido, melhor ainda. Pode ajudar na redação. “Digo sempre que o candidato não pode ser um alienado social, é indispensável estudar o conteúdo do concurso com a realidade prática da profissão e com os acontecimentos nacionais e mundiais”, completa.

Alessandro crê que bancas examinadoras tentarão se ausentar de opiniões na construção das questões, porém algumas disciplinas merecem destaque. “Temas relacionados a matérias de repercussão geral, como direitos humanos, direito internacional e direito penal devem ser estudados com maior atenção pelos alunos”.

Independente do conteúdo, para obter resultado satisfatório no tema de atualidades a determinação e a diversidade nos estudos são fundamentais. “Minha dica é ler, ler, ler e ler toda e qualquer notícia sobre os acontecimentos políticos, econômicos e sociais do momento, todavia volto a reafirmar que tal conduta não deve ocorrer apenas durante este momento histórico vivido no Brasil, mas sim uma rotina do candidato até alcançar seu objetivo que é a aprovação”, recomenda Marcos. Fazer um roteiro de estudo selecionando as principais notícias nacionais e internacionais pode ajudar o concurseiro, orienta Alessandro. “É interessante acessar dois ou três portais, fazer um fichamento dos assuntos de repercussão geral para que de tempos em tempos o candidato reveja o conteúdo, mantendo o acontecimento vivo em sua memória”, encerra.

Fique de olho! O professor Rogério Neiva listou alguns temas que podem cair nos próximos exames e merecem atenção dos candidatos:

- As manifestações enquanto fenômeno político e social;

- O papel das mídias digitais na mobilização social e política;

- A possível crise de representatividade das instituições republicanas atuais;

- A dificuldade e a legitimidade para definir uma pauta de reivindicações por parte das manifestações;

- Transporte e mobilidade urbana;

- Prioridades orçamentárias, orçamento público e tarifa zero;

- Corrupção e mecanismos de combate à corrupção, como os poderes do MP e transformação dos crimes contra Administração Pública em hediondos;

- Gastos para a Copa de 2014;

- Sistema de saúde e convocação de médicos estrangeiros;

- Plebiscito e referendo;

- Reforma política.

Crédito da foto: Fernando Frazão/ABr

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