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Site promove namoro entre servidores públicos

Além de um amor, concursandos buscam contatos e materiais de estudo em redes sociais segmentadas

Douglas Terenciano
Publicado em 17/02/2014, às 14h34

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Foi-se o tempo em que relacionamentos eram iniciados apenas pela empatia entre o casal. Com as redes sociais cada vez mais frequentes no cotidiano da sociedade, pessoas expõem suas características na internet deixando a escolha do parceiro ainda mais minuciosa. Além disso, a procura por conteúdos específicos, como apostilas, provas e temas ligados a concursos públicos, nas páginas virtuais também está em alta. A seguir, saiba o que pensam empreendedores e especialistas sobre essa crescente segmentação e as tendências das redes sociais no mundo dos concursandos.

O amor – Hoje, afinidades em comum como o romantismo e preferências musicais dividem espaço com quem busca companheiros com vidas mais estáveis, planejadas e até aqueles que detêm remunerações atrativas. Ao que parece, o lado profissional está influenciando as decisões pessoais e amorosas de muita gente.

De olho nisso, o mineiro radicado no município de Niterói, no Rio de Janeiro, Maicon Santos, criou há quase dois anos a rede social “Namoro Estável”, destinada a servidores públicos e concursandos que procuram se relacionar entre si. A ideia apareceu após um relacionamento que ele teve com uma funcionária pública. “O site surgiu exatamente porque tive uma experiência frustrada. Namorei por três meses, mas não deu certo. Nem foi por questões financeiras, mas por objetivos e interesses de vida”, recorda.

O slogan “Pessoa Certa no Emprego Certo” foi motivado por diferenças entre o par. “Percebi que ela (a ex-namorada), assim como seus amigos concursados, possuía um estilo de vida mais estável e controlado. Tudo muito bem planejado”, explica Maicon, com 31 anos de idade. O mineiro cita as férias como um exemplo de incompatibilidade que prejudicou a relação. “Na minha vida profissional, não tenho um total controle, pois as empresas privadas possuem um foco mais voltado ao resultado e desempenho dos funcionários, precisando haver certa flexibilidade de horários e datas”, comenta.

A rede social deu certo e hoje conta com aproximadamente 6.000 usuários cadastrados, sendo a maioria de Brasília, no Distrito Federal, com cerca de 80% dos participantes. “55% são homens e 45% mulheres. A idade dos inscritos varia entre 20 e 40 anos”, completa o criador da rede social.

O portal oferece filtros para que as pessoas encontrem a sua alma gêmea selecionando o órgão, o cargo e até o salário das paqueras disponíveis, por meio de uma pesquisa mais aprofundada.

Ao ser questionado sobre como vê essa prática de buscar parceiro pela remuneração, o mineiro afirma que “a ideia da palavra ‘estável’ não está relacionada com a situação e interesse financeiro, mas sim ao estilo de vida mais ‘estável’. As pessoas que criticam concluem que o site foi feito para pessoas interesseiras, mas não é a realidade. Se fosse com este fim, eu teria feito um site de namoro para ricos, o que é uma boa ideia”, esclarece.

Anelisa Maradei, mestre em comunicação e doutoranda com pesquisa em desenvolvimento em redes sociais, separa a segmentação das redes sociais em pontos positivos e negativos. Pode ser bom para quem realmente coloca o cargo público do pretendente como prioridade, mas talvez não tão interessante para usuários que procuram um amor independente de critérios. “Acredito que se ganha e se perde em alguns pontos ao olharmos para as duas práticas. Vejamos... Quando eu tenho interesse por entrar no ‘Namoro Estável’, estou definindo prioridades para me relacionar, ganhando tempo e excluindo etapas. Mas, por outro lado, posso também eliminar possibilidades, que fora da rede social eu teria”, observa.

Quem pensa que o criador da rede social que oferece a possibilidade de namoro entre servidores e entre concursandos também é usuário e funcionário público, está errado. Maicon sempre trabalhou em companhias do setor privado e nunca teve interesse em construir carreira pública. “Estou solteiro e na procura de um relacionamento, porém, no mesmo estilo de vida que o meu, ou seja, no mercado de trabalho privado. Fiz o site para auxiliar o outro lado. No caso, para ajudar minha ex-namorada e meus amigos concursados”, explica. Atualmente, Maicon não tem nenhum contato com a moça. “Ela nem sabe que fiz o site para ela. Foi um jeito que encontrei de falar que para mim não daria mais”, finaliza.

Os estudos – Se por um lado as pessoas buscam na internet um amor concursado, por outro, as redes sociais também podem servir para trocar experiências e aumentar os conhecimentos na dura luta de preparação para o tão desejado cargo público. Neste caminho, encontramos o SocialCon, portal lançado recentemente que oferece cadastro para concursandos, professores e servidores públicos.

Criado a partir de uma rede social corporativa e desenvolvido por empresa especializada na comercialização de softwares (programas de computador) voltados à comunicação via web, o intuito do SocialCon é ampliar a colaboração e integração de pessoas com o mesmo objetivo. “Como favorece plenamente atividades de ensino, surgiu daí a ideia de utilização do portal para implementação de uma rede temática, com foco no segmento de concursos públicos”, explica Regina Célia Peres Borges, presidente do site.

Regina ressalta que o SocialCon dispõe de funcionalidades similares às redes sociais mais utilizadas no momento. Além de mural para postagens livres, há “possibilidades de gravação e publicação de vídeos, chat em texto e vídeo, grupos para discussão e criação de páginas pessoais para livre veiculação de conteúdos”, afirma.

Segundo a presidente, o portal não restringe os cadastrados e seu principal foco é a cooperação entre concursados e provedores de serviços ligados ao tema. “São possibilidades e espaços para que os usuários possam se expressar livremente sobre assuntos vinculados a concursos”, acrescenta. O site é totalmente gratuito e seu público é dividido entre 56% de mulheres e 44% de homens. O número total de usuários cadastrados não foi divulgado.

A grande quantidade de informação disponível e a facilidade de acesso são dois dos motivos pelos quais os concursandos buscam opções na internet focadas em concursos, segundo Anelisa. “Certa segmentação auxilia as pessoas na urgência de obter os resultados desejados, sejam contatos, dados ou outros interesses. A segmentação é uma coisa natural e sempre existiu”, observa.

Anelisa acredita que as redes sociais voltadas a um determinado tipo de público são apenas uma versão moderna dos fóruns de internet, que já agregavam pessoas interessadas em temas específicos desde o início da rede, em meados dos anos de 1990. “É uma tendência não só da internet, mas do ser humano”, avalia. A especialista encerra alertando os concursandos que a diversidade de sites e de pesquisas ainda é o melhor negócio na hora de ampliar o conhecimento. “O fato de ser uma rede especializada não significa que seja de conteúdo rico e profundo”, conclui.

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