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Medalha: entre inquéritos e corridas

“Não me considero inteligente, sou antes de tudo obstinado e esforçado", define-se Mario Luiz Sarrubbo

Redação
Publicado em 20/04/2011, às 16h10

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“Não me considero inteligente, sou antes de tudo obstinado e esforçado. Quando coloco algo lá na frente vou focado naquilo, devagarzinho, passo a passo, km por km, e chego lá”, assim o promotor Mario Luiz Sarrubbo se define.

Palavras vindas de quem foi aprovado em concursos como o da Procuradoria do Município de São Paulo, Procuradoria do Estado de São Paulo, Ministério Público de São Paulo, e que hoje é diretor da Escola Superior do Ministério Público, para a qual o promotor pretende levar a discussão de um nova doutrina institucional; o cargo antes só havia sido ocupado por procuradores.

Quando pequeno Sarrubbo pensava em ser engenheiro mecânico por gostar muito de carros, e tenta justificar a escolha pelo direito por acontecimentos que ocorreram durante sua vida escolar, como um júri feito na sétima série pelos professores da área de humanas, no qual ele foi o promotor e gostou muito, mas ao final da entrevista fica claro que a maior influência na decisão de seguir a carreira jurídica foi o pai, que também é advogado, “ele sempre foi meu grande ídolo, continua sendo e sempre será, ele é o responsável pela minha vinda para o direito”.

E passo a passo, com muito esforço ele diz ter chegado aonde chegou. Começou estagiando na Procuradoria do Estado, na Procuradoria do Município e em dois escritórios, porém, depois de se formar parou de trabalhar e passou a se dedicar aos estudos, assim obteve sucesso em concursos e entrou para o Ministério Público, local em que permanece desde novembro de 1989.

“A carreira no Ministério é muito prazerosa, sou muito feliz aqui, mas tem muitos obstáculos e muitas dificuldades. O começo da carreira é muito difícil, vamos com uma mão na frente e a outra atrás para o interior, lugares diferentes que muitas vezes não têm conforto. Tinha conforto aqui em São Paulo, casa de família, de repente estava em uma cidade de interior que não tinha hotel para dormir, então dormíamos dentro do gabinete, em um colchãozinho, com um lençol, deitava e dormia perto da mesa de trabalho e tomava banho no chuveirinho que instalávamos no banheiro dentro do gabinete.”

Por ter sido promotor de justiça do foro de Jabaquara, área que abrange o aeroporto de Congonhas, os acidentes aéreos marcaram sua carreira, como o caso do vôo 3054 da TAM que foi determinante para que ele abandonasse a área criminal, e lembra que, apesar da projeção que deu a ele, as conseqüências não foram todas agradáveis, atingindo, inclusive, o psicológico da sua família devido ao seu envolvimento no caso, “mas por outro lado é o que move o promotor de justiça, gostamos de grandes casos, houve uma motivação muito grande, confesso que eu me empenhei demais e acho que consegui atingir o objetivo, que era formular a acusação de pelo menos 11 pessoas”.

Outra situação citada por ele como relevante é a da antiga Febem Imigrantes, hoje Fundação Casa, “aquela quando a imprensa filmou do helicóptero os menores nus agachados e um sujeito de capuz espancando-os; eu consegui na época fazer um trabalho, junto com a imprensa que tinha imagens, ouvindo os menores que estavam ali, e conseguimos identificar o indivíduo, que foi processado e condenado por tortura”.

Na vida pessoal o caso sério é o esporte; palmeirense fanático, Sarrubbo não joga mais futebol desde que quebrou o tornozelo, mas ainda acha tempo para ser maratonista, já participou de sete maratonas e se prepara para correr a oitava, “meu dia ideal deveria ter umas 30h, mas faço o que tem que ser feito, não abandono minha família, minha vida acadêmica e nem o Ministério Público, e também faço meu esporte, nem que seja 5h da manhã. O dia dura pouco, para fazer tudo durmo 6h por dia, no máximo, então acabo achando espaço para tudo”.

E na maratona da vida ele demonstra que a medalha que gostaria de ganhar vem da família, “tenho um filho de 12 e outro de 10. É óbvio que você não pode impor nada, mas ‘no fundo, no fundo’ se eles escolhessem a carreira do Ministério Público eu seria muito feliz”.

Carolina Pera

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