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Um brinde ao bom entrevistado

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Redação
Publicado em 17/06/2011, às 15h47

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“As pessoas de sorte no mundo para mim são aquelas cujo trabalho é também um prazer”. A frase é de Winston Churchill e é proferida como uma espécie de introdução do homem que se anuncia do outro lado da linha telefônica. “Leio muito. Das 6h30 às 8h30 é hora da leitura”, informa Gutemberg B. de Macedo, dono de uma empresa de consultoria especializada na gestão de capital intelectual que leva seu nome. Ele está, também, com novo livro na praça. O autor de “Fui contratado e agora – Por que o primeiro dia determina o sucesso (ou fracasso) da sua carreira?” (Editora Campus Elsevier), conta que em plena maratona pelo lançamento de seu 12º livro o sentimento “é sempre de lançar o primeiro”. 
Gutemberg, um potiguar que enxerga no hábito da leitura um refúgio para a própria vaidade (“leio em média três livros por semana”, anuncia), mantém uma postura serena sobre os fundamentos que preconiza em sua obra – destinada à atender as demandas de profissionais que navegam pelas águas misteriosas do mercado de trabalho. 
O consultor rememora com satisfação indisfarçável a infância pobre e a obstinação do pai, semianalfabeto, em fazer do filho um “homem estudado”. Da bolsa de estudos que o levou da Vila dos Carnaubais à Natal, dos tempos na Universidade Federal do Rio Grande do Norte e de como a religiosidade o levou aos Estados Unidos (viajou a pretexto de participar do Conselho Mundial de Igrejas Cristãs - representando a igreja Presbiteriana - e por lá ficou). 
De volta ao Brasil, o emprego na Ford serviu para que Gutemberg atentasse para um desejo que surgia forte em seu íntimo: ser seu próprio patrão. 
Com uma sólida carreira de escritor - recebeu o prêmio Jabuti de Cultura em 1993 pelo livro “Economia, administração, negócios e direito” - ele pesca elogios como quem manuseia anos a fio sua rede. “Não esperava receber; pois o prêmio Jabuti de Cultura sempre foi entregue a luminares do conhecimento”. A frase, de apelo visivelmente calculado, diz muito sobre a dialética do trabalho de Gutemberg. Em linhas gerais pelo próprio: “trabalhar a recolocação de executivos, patrocinado pela pessoa jurídica”. Com seus livros, o consultor aspira a ampliar o alcance de seu trabalho. “É uma forma de servir as pessoas. Sinto uma ansiedade tremenda”, revela em um misto de euforia e análise.
Esse gosto indiscriminado pela leitura encontra no clamor por produção um outro dividendo que muito agrada à Gutemberg. Seus livros e seus muitos artigos (já publicou textos em diversas revistas e sites brasileiros) surgem das mais improváveis fontes. A ideia que move o livro “Os anjos e os executivos”, surgiu de uma passagem da bíblia citada com gosto pelo consultor: “Deus faz com que os anjos se acantem para proteger os seus”. A inspiração para um artigo pode vir de um caso de repercussão na mídia (faz recortes do que acha interessante) ou de um algum case em que sua empresa esteja trabalhando. 
“Meu pai dizia para registrar tudo que era importante na vida”, anuncia já próximo ao final da entrevista, como quem busca na memória se faltou algo ao registro. O homem que atualmente está lendo os discursos de Churchill não se despede sem revelar: “Sempre gostei de dar entrevistas”.

Por Reinaldo Matheus Glioche
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