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Uso da vírgula: saiba como aplicar corretamente nos textos

Conhecer as regras de uso da vírgula é essencial para se dar bem, tanto em redações de concursos públicos como acadêmicas e de vagas de emprego. Aprenda a usar corretamente

Mulher escrevendo no caderno
Mulher escrevendo no caderno - Freepik/ JC Concursos

Sandra Ceraldi
Publicado em 04/11/2015, às 12h07 - Atualizado em 15/09/2022, às 12h19

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As regras de uso da vírgula devem ser memorizadas, pois tanto em redações de concursos públicos como acadêmicas e de vagas de emprego, é comum percebermos o excesso ou a falta desse sinal de pontuação. Estude as regras a seguir a fim de saber virgular de forma correta e equilibrada.

+ Webstory: Saiba usar a vírgula corretamente

Uso da vírgula no período simples

  1. Separa elementos de uma comunicação (enumeração): Ex.: A sala apresentava um sofá, uma poltrona, uma mesinha de centro e uma mesa de jantar.
  2. Separa o aposto: Ex.:. Aquele último da fila, meu amigo, sofre de depressão.
  3. Separa o vocativo: Ex.: Pare de falar, menino!
  4. Separa o adjunto adverbial antecipado: Ex.: Um certo dia, naquela manhã, lembrei-me de tudo.
  5. Isola o nome do lugar das datas: Ex.: São Paulo, 1º de outubro de 2015.
  6. Nas expressões explicativas ou corretivas: Ex.: A crase é a fusão de preposição “a” mais artigo “a (s)”, isto é, fusão de preposição e artigo.
  7. Usa-se a vírgula para marcar elipse (omissão) do verbo: Ex.: Eu prefiro cinema, minha esposa, teatro (elipse do verbo “preferir”).
  8. Nas inversões sintáticas que não obedecem à sequência lógica (sujeito + verbo + objeto + advérbio): Ex.: Ao companheiro (OI), ofereci-lhe ajuda.

Não se usa vírgula no período simples

  1. Entre o sujeito e o predicado: Ex.: Os alunos (sujeito) + estudaram bastante (predicado). 
  2. Entre o verbo e seus objetos: Ex.: A pessoa estudou (VTD) raciocínio lógico (OD). O candidato necessitou (VTI) de informações (OI).
  3. Entre o nome e o complemento nominal: Ex.: Ele tinha necessidade (substantivo) de informações (CN).
  4. Entre nome e adjunto adnominal: Ex.: As (AA) duas (AA) inteligentes (AA) moças (substantivo) passaram no concurso.

Uso da vírgula no período composto

  1. Separa orações coordenadas assindéticas: Ex.: Cheguei, sentei, almocei e descansei. 
  2. Separa orações coordenadas sindéticas: Ex.: Estava apreensivo com a prova, porém passei no concurso.
  3. Isola as orações subordinadas adjetivas explicativas: Ex.: Meu pai, que havia extraído dois dentes, passou mal.
  4. Nas inversões sintáticas que não obedecem a sequência lógica (oração principal + oração subordinada): Ex.: Quando acordei (oração subordinada), já era tarde (oração principal).

Não se usa vírgula no período composto

  1. Nas orações subordinadas substantivas: Convém (oração principal) que estudes mais (oração subordinada substantiva subjetiva). Desejo (oração principal) que todos passem (oração subordinada substantiva objetiva direta). Eu necessito (oração principal) de que todos me ouçam (oração subordinada substantiva objetiva indireta). Ele tem necessidade (oração principal) de que todos o ouçam (oração subordinada substantiva completiva nominal). A lembrança era (oração principal) que todos tinham passado naquele concurso (oração subordinada substantiva predicativa).
    Observação: Nas orações subordinadas substantivas apositivas, é comum grafar dois pontos (:) antes do aposto – desenvolvimento –, entretanto registra-se também como correto o uso da vírgula nesses casos. Ex.: Tenho a esperança de uma coisa: que você volte logo. (correta) Tenho a esperança de uma coisa, que você volte logo. (correta)
  2. Nas orações subordinadas adjetivas restritivas: O rapaz (oração principal) que me abraçou (oração subordinada adjetiva restritiva intercalada) é meu esposo (oração principal). Eu conheço os candidatos (oração principal) que passaram no concurso (oração subordinada adjetiva restritiva).
  3. Em qualquer oração subordinada adverbial em sequência lógica (oração principal + oração subordinada): O telefone tocou (oração principal) quando cheguei a casa (oração subordinada adverbial temporal).
  4. Em qualquer oração reduzida que respeite a ordem lógica do período (oração principal + oração reduzida): É importante (oração principal) passar nos exames (oração reduzida). Espero (oração principal) passar nesse próximo concurso (oração reduzida).

Vírgula diante de conjunções

A conjunção “e” expressa adição na língua portuguesa e, nessa qualidade, não requer a pontuação de pausa, ao contrário das conjunções adversativas: “mas”, “porém”, “contudo”, “no entanto”, “todavia”, “entretanto” etc. Agora analise as orações a seguir:  “Estuda e trabalha” (adição, sem vírgula) e “Estuda, no entanto, trabalha” (adversativa, com vírgula). 

Veja outros usos: 

  1. Para uso correto da vírgula, há necessidade de se verificar os sujeitos da oração, pois, se forem diferentes, a conjunção “e” solicitará vírgula: Ex.: Pedro trabalha, e Paulo estuda.
  2. Usa-se também a vírgula antes da conjunção “e” nas repetições enfáticas (polissíndeto) que exigem a pausa marcada pela vírgula: Ex.: “E fala, e dorme, e acorda, e volta a falar”. 
  3. É comum utilizarmos diariamente a conjunção “e” com valor adversativo, nesse caso a vírgula será obrigatória: Ex.: Já são cinco horas, e (porém) a convidada ainda não compareceu.
  4. A vírgula pode ser usada quando o conectivo “e” apresentar valor consecutivo ou enfático: Ex.: Os estudantes conversaram, discutiram, e resolveram a questão.

A conjunção “nem” expressa adição nas frases, por isso não é adequado o uso da vírgula antes desse conectivo que também pode apresentar, em alguns casos, valor negativo. Ex.: Ele não queria trabalhar nem estudar.

  1. Diante de polissíndeto (repetição da conjunção) o uso da vírgula será obrigatório: Ex.: Ninguém o cumprimentou, nem conhecidos, nem amigos, nem familiares.
  2. Diante de situações enfáticas, de realce, ênfase de afirmações ocorrerá a vírgula ou travessão: Ex.: Não falo a verdade, (ou travessão) nem que eu morra!

A conjunção “pois” pode apresentar vários sentidos, então analise o uso correto da vírgula:

  1. Valor conclusivo, vírgula obrigatória: Ex.: Ela estudou bastante, portanto passou no concurso. Ela estudou bastante, passou, pois, no concurso.
  2. Valor explicativo, vírgula obrigatória: Ex.: Venha logo, pois o jantar será servido.
  3. Valor de causa, motivo e razão, não obrigatória, a menos que seja um período composto inverso: Ex.: Ele se acidentou pois estava alcoolizado. Como estava alcoolizado, acidentou-se.

Bons estudos!

Sandra Ceraldi Carrasco é consultora, especialista em língua portuguesa e autora de livros e periódicos na área. Há mais de 20 anos ministra cursos e palestras com índice recorde de aprovação. Seu mais recente trabalho aborda de forma prática o Acordo Ortográfico. Atualmente é docente da Academia de Polícia de São Paulo e professora universitária. Contato: professora.sandracarrasco@uol.com.br.

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