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“Vivo acreditando que tudo vai dar certo”

Quando começou a estudar, Priscila estava com 36 anos e era quase uma exceção no mundo da moda.

Redação
Publicado em 12/02/2010, às 15h29

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Hoje, quem encontra a paulistana Priscila se depara com uma mulher de cabelos avermelhados, esmaltes escuros, estilo despojado e um largo sorriso no rosto. Ela mesma enfatiza que está mais colorida a cada dia. Mas, nem sempre foi assim. Até pouco tempo atrás, Priscila, que trabalhava na área administrativa, era obrigada a manter um estilo clássico.

Tal mudança visual foi consequência de uma outra transformação, que afetou toda a sua vida. Há mais ou menos dois anos, ela decidiu tomar um rumo diferente, focou no que gostava de fazer e se matriculou em um curso técnico de moda. Seu sexto sentido a conduziu para o caminho certo, mesmo contrariando algumas regrinhas do meio. Quando começou a estudar, Priscila estava com 36 anos e era quase uma exceção no mundo da moda, no qual os profissionais começam a trabalhar muito cedo, às vezes ainda na adolescência. “Brinco que sou a tiazinha da moda”. Este detalhe, no entanto, nunca a impediu de seguir em frente.

Ao longo do curso, sua rotina era pesada: acordava às cinco horas da manhã, ia para o antigo trabalho, lá permanecia até as cinco da tarde, seguia para o curso e assistia às aulas até as dez da noite. “Começava a trabalhar mais cedo para sair um pouco antes do horário e conseguir chegar a tempo na escola. Ia dormir de madrugada”, relembra.

Tamanho esforço deu resultado. Priscila saía das aulas cada vez mais entusiasmada e, ao final, descobriu uma nova paixão: o desenho. Uma coisa puxa a outra e a jovem acabou fazendo vários cursos em sequência. Complementou sua formação estudando desenho – como não podia deixar de ser –, customização, produção de moda e estilo.

Nesta época, ela se destacou entre os colegas e chegou até a ser premiada em um concurso da própria escola em que participam todos os alunos. “Eu e um amigo criamos uma peça de material reciclável. Era um vestido feito com chapas de raio-X”, conta cheia de orgulho.

Concluída a formação, Priscila começou a buscar oportunidades nesta nova área e por que não enviar seu currículo para a própria escola em que havia estudado? A premiação no concurso foi lembrada e isto, claro, foi mais que um ponto positivo na hora da contratação.

Em um curto período, Priscila passava de aluna a professora da Escola de Moda Sigbol Fashion. Tinha início, então, uma nova fase e ela mergulhou de cabeça neste mar de possibilidades.

Atualmente, Priscila dá aulas para vários cursos e nada menos que 14 turmas em duas unidades da escola, na capital paulista. O número exato de alunos ela não consegue calcular. “Algo entre 80 e 100”, arrisca. 

É fácil notar que a jovem professora adora o que faz. “Dar aulas é uma maneira de ver que você conseguiu chegar lá”, explica. A troca de experiência com os alunos também é algo importante para ela, que garante sempre aprender algo novo. “Gosto muito de dar aulas. Apesar de ter alguns planos, quero sair da escola aposentada, bem velhinha”.

Planos que já começam a tomar forma. Priscila tem um blog na internet, onde vende bolsas e camisetas customizadas que ela mesma cria. Toda semana surgem novas encomendas e, aos poucos, seu trabalho vai sendo conhecido fora de São Paulo, tanto que ela já enviou um pedido para Mato Grosso, via sedex.

O próximo passo é registrar a marca Pri Marx, nome da época de cantora e que ela adotou para ser usado também no mundo fashion. Aos espantados, é isto mesmo. Priscila adora cantar e já fez parte de uma banda, que se apresentava em bares e festas na capital. Vez ou outra, ela ainda dá sua canjinha. 

Outros planos? Quem sabe montar uma loja para vender a própria coleção. Ela não descarta nenhuma possibilidade e ainda afirma com tom decidido “Vivo acreditando que tudo vai dar certo e até agora está dando”.

Talita Fusco

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