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O emprego que ninguém vê

Quando possuímos um objetivo milimetricamente traçado, costumamos adquirir uma espécie de cegueira perante qualquer outra coisa que se apresente a nossa frente e que não se assemelhe àquela almejada

Edison Andrades
Publicado em 16/05/2014, às 09h43

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Recebo muitas mensagens de leitores bem preparados tecnicamente, bons currículos, boa fluência verbal, mas que não conseguem boa colocação no mercado de trabalho. Alguns não conseguem qualquer colocação.

Chamou-me a atenção, há algum tempo, a história de Willian. Formado em administração de empresas e, naquela ocasião, com 26 anos de idade, morava numa cidade pequena. O fato é que Willian tomou a decisão de sair de sua cidade e tentar a vida na capital. Chegou a trabalhar em uma empresa de grande porte, mas sua permanência nesse emprego não perdurou e, após ficar sem opção, retornou à sua terra, onde, segundo ele, não lhe oferecem uma oportunidade à altura de sua capacidade. Pois bem. Sei que, em certas ocasiões de nossa vida, as portas parecem fechar-se diante de nós. Isso causa tristeza e rebaixa nossa autoestima. Nesse momento, temos duas alternativas: alimentar a depressão ou tomar uma atitude. Fico com a segunda.

Quando possuímos um objetivo milimetricamente traçado, costumamos adquirir uma espécie de cegueira perante qualquer outra coisa que se apresente a nossa frente e que não se assemelhe àquela almejada. Com isso, corremos o risco de perder outras grandes oportunidades. Arrisco dizer que a cidade de Willian possui, sim, oportunidades, mas talvez não a ponto de atender suas expectativas. E esse é o real problema. As dificuldades raramente estão nas situações em si, mas na forma como as encaramos.

Sob o ponto de vista prático, tenho uma visão um pouco diferente em relação ao caso de Willian, que inclusive pode ser igual ao seu. Enxergo que, numa cidade com menos de 15.000 habitantes, talvez existam mais oportunidades, respeitando as devidas proporções, que numa grande metrópole. Nesses lugares, costuma ocorrer algo que vale a pena observar: com a existência da internet, todos podem conectar-se ao mundo, portanto as pessoas de qualquer parte do planeta tomam conhecimento do que há de melhor e mais moderno, seja em qualquer segmento. Isso significa que possuem um alto grau de referência sobre o que é bom, mas não podem usufruir de toda essa gama de serviços e produtos devido à inexistência de empreendedores por ali. Estes não existem por uma razão bem simples: as pessoas acham que empreendedorismo é coisa para as grandes cidades.

Penso que a capacidade de conceber uma grande ideia já se encontra depositada no ser humano de forma visceral, independentemente de seu grau de instrução. Mas, quando a pessoa frequentou uma universidade e já conviveu com mercados mais avançados, a inspiração costuma fluir em maior volume e de forma mais consistente. Basta permitir-se. Não importa que seja numa banca de cachorro quente, entregando “marmitex” ou como vendedor de uma loja de departamentos, você pode ser aquele que possui um olho na terra de cegos. Quando as oportunidades não encontram você. Encontre-as.

Ah! E nunca se esqueça de incluir Deus em todos os seus planos.

Prof. Edison Andrades é palestrante e sócio da Reciclare Treinamentos. www.facebook.com/professor.edison.andrades

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