MenuJC Concursos
Busca
Últimas Notícias | | Empregos | youtube jc | Cursos Gratuitos

Crise na mão de obra na construção civil: custos disparam e força de trabalho envelhece

Entenda por que a construção civil observa custos recordes em 2024, com a mão de obra como principal desafio. Saiba como o envelhecimento dos trabalhadores e a falta de qualificação impactam o setor

Crise na mão de obra na construção civil: custos disparam e força de trabalho envelhece
Divulgação
Victor Meira

Victor Meira

victor@jcconcursos.com.br

Publicado em 28/01/2025, às 08h39

WhatsAppFacebookTwitterLinkedinGmailGoogle News

A construção civil brasileira vive um paradoxo: enquanto a demanda por obras segue aquecida, o setor enfrenta uma crise estrutural de mão de obra que já pressiona custos e ameaça a produtividade. 

Dados do Sinduscon-SP (Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado de São Paulo) revelam que os custos do setor acumularam alta de 6,54% em 2024, com a mão de obra liderando os aumentos: 8,56% no último ano, contra 5,34% em materiais e 3,66% em serviços.

O Custo Unitário Básico (CUB) da construção paulista, referência nacional, chegou a R$ 2.039,53 por m² em dezembro, com alta de 3,49% em 2023. Para 2025, a expectativa é de novas elevações, impulsionadas por juros altos, preços internacionais de insumos como o aço e, principalmente, pela escassez de trabalhadores qualificados.

Mão de obra: envelhecimento e informalidade

O problema vai além dos números. A idade média dos trabalhadores do setor é de 42 anos, conforme David Fratel, coordenador do Sinduscon-SP. “A produtividade começa a cair nessa faixa etária, justamente quando a demanda por obras está em alta”, explica.

Além disso, a construção civil não atrai jovens: carreiras como pedreiro e carpinteiro, que podem render mais de R$ 10 mil mensais, enfrentam resistência por falta de formação técnica e condições trabalhistas precárias.

Um dos pontos críticos é a informalidade nos contratos. O Sintracon-SP (Sindicato dos Trabalhadores) denuncia que pagamentos por produtividade, comuns no setor, não são registrados em carteira, deixando de recolher FGTS e INSS. “Essas práticas são ilegais e prejudicam os direitos dos trabalhadores”, alerta a entidade.

Pressões para 2025: juros, aço e falta de qualificação

Para o próximo ano, os empresários preveem pressões inflacionárias em duas frentes:

  • Materiais e equipamentos: Impactados por juros elevados (que encarecem crédito) e pelo preço do aço, atrelado ao dólar e à demanda global.
  • Mão de obra: A falta de qualificação e o envelhecimento da categoria devem manter os custos em alta, sem necessariamente melhorar a renda dos trabalhadores.

Soluções em andamento: cursos e planos de carreira

Para rejuvenescer a força de trabalho, sindicatos e empresas apostam em parcerias:

  • Cursos técnicos com o Senai: Capacitação em áreas como alvenaria e elétrica.
  • Ensino médio profissionalizante: Parceria com a Secretaria de Educação de SP levará formação em construção civil a escolas públicas ainda em 2024.
  • Plano de carreira unificado: Em discussão no fórum de negociações do setor, a proposta visa oferecer estabilidade e progressão salarial para atrair jovens.

A construção civil está se reinventando. Queremos mostrar que é possível ter uma carreira com dignidade e bons salários”, afirma Fratel.

*com informações da Agência Brasil

+++Acompanhe as principais informações sobre o mercado de trabalho no JC Concursos

Siga o JC Concursos no Google Newsempregosestágios

JC Concursos - Jornal dos Concursos. Imparcial, independente, completo.