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Saiba como as organizadoras se protegem das fraudes

Para evitar fraudes, equipamento é usado para identificar aparelhos eletrônicos em utilização nas salas de aplicação das provas

Sabrina Machado
Publicado em 27/05/2013, às 11h17

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Horas, dias, semanas, meses e até anos. Não é pouco o tempo dedicado pela maioria dos concursandos para ingressar na carreira pública. Porém, esse esforço e dedicação certamente serão recompensados em um futuro próximo. Mas há aqueles que almejam os mesmos benefícios só que procuram alcançá-los de uma forma ilegal. Esses são os protagonistas das notícias de tentativas de fraudes em concursos públicos. Para se sentir seguro, confira ao lado como as principais empresas organizadoras se protegem dos fraudadores.

Mudanças e evolução – Há alguns anos o método mais utilizado por fraudadores era o de uma pessoa fazer a prova no lugar de outra, denominada piloto de prova. “Com o tempo, apareceu a ‘cola eletrônica’. É uma forma mais difícil de identificar e nenhuma entidade, de fato, executava uma varredura eletrônica minuciosa. Era realizada apenas uma amostragem, assim, o procedimento era feito apenas em um local de prova com o auxílio da Polícia Federal”, declara Silvio Perissinotti (foto), diretor da Conecta 190, empresa especializada em identificação de fraudes em processos seletivos.

De olho nessa evolução de fraudes e dificuldade das organizadoras em identificá-las, surgiu um novo método de rastreamento dos aparelhos eletrônicos. “Com ajuda de uma empresa estadunidense, conseguimos desenvolver um equipamento que consegue rastrear pontos eletrônicos, celular, aparelhos que possam estar sendo utilizados escondidos durante a prova. Conseguimos rastrear e localizar de forma simples e rápida nas salas durante a aplicação das avaliações. Com o equipamento é possível identificar o celular que está transmitindo ou recebendo algum tipo de informação”, explica Silvio.

Passo a passo – De acordo com o idealizador desse rastreador, no dia da prova o equipamento é utilizado pelo fiscal volante que faz a ‘varredura’ da sala. “Ele coloca o aparelho no bolso e circula pela sala. O fiscal faz o percurso por várias vezes para detectar se alguém está recebendo algum tipo de informação por aparelhos eletrônicos. Ao identificar essa transmissão, o equipamento vibra e os leds aumentam conforme a proximidade dos aparelhos celulares”, detalha Silvio.

Vale ressaltar que os fiscais volantes são treinados para que entendam o funcionamento do aparelho e percebam qual candidato está utilizando celulares, rádios, tablets, ou qualquer outro aparelho receptor/transmissor de informações.

Normalmente, o candidato que tem o intuito de cometer a fraude atua com dois aparelhos. “Um que fica desligado e ele mostra para o fiscal e o outro que normalmente fica escondido. Eles costumam escondê-lo debaixo da roupa, na perna, no sapato, em diversos locais para dificultar a identificação da fiscalização”, esclarece Silvio.

Procedimento – Quando detectado o candidato que está fazendo essa transmissão ou recepção de informações, é solicitado que ele acompanhe o fiscal à sala da coordenação. Lá, o detector de metal mostra onde o candidato está escondendo o aparelho celular.

Silvio conta que o método da empresa já foi utilizado pelas seguintes organizadoras: Fundação Carlos Chagas, Fundação Vunesp e Cespe/UnB.

Ao ser questionado quanto ao custo do procedimento, o diretor da empresa diz que o gasto é de no máximo 5% do total arrecadado com as taxas de inscrições. Além das organizadoras das seleções, os órgãos também devem aprovar a utilização dos métodos de seguranças para serem aplicados durante as provas. 

Cespe/UnB – Segundo informações da assessoria de comunicação, a impressão e o empacotamento das provas são realizados em gráfica própria, altamente sigilosa, sem comunicação externa e monitorada por câmeras de vídeo e scanner corporal. Pouco antes da aplicação do exame, os malotes de prova devidamente lacrados são conduzidos por coordenadores e, muitas vezes, também por membros da Associação de Delegados da Polícia Federal para cada local de realização.

Durante a prova é feito o rastreamento de sinais de comunicação: veículos circulam nas áreas próximas aos locais de provas monitorando ondas eletromagnéticas, com a intenção de detectar tentativas de comunicação eletrônica entre candidatos e pessoas externas. Além disso, os candidatos passam por um detector de metais na entrada e saída dos banheiros.

FCC – A Fundação Carlos Chagas utiliza a autenticação digital nas folhas de respostas. O processo consiste em, no momento da realização da prova, solicitar a digital do candidato em campo apropriado da folha de respostas. Se aprovado, no ato da nomeação, será feita uma segunda coleta de digital em cartão de autenticação. A folha de respostas e o cartão serão enviados para contraprova a um perito especializado.

Outro procedimento é realizado por uma equipe especializada em editoração eletrônica. Em ambiente restrito, é perpetrada a editoração dos originais de provas que vale-se, nesta etapa do processo, de softwares especializados em criptografar os arquivos garantindo a segurança do processo.

Vunesp – De acordo com a assessoria de comunicação da organizadora, por questão de garantia de sigilo, o comitê de segurança da Fundação Vunesp estabelece que não sejam divulgados os procedimentos técnicos de segurança nos concursos realizados pela instituição.

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