Redução de 100 para 80 questões garante 25% a mais de tempo na solução de cada teste
Redação Publicado em 28/10/2011, às 16h34
No último exame de ordem a prova objetiva (primeira fase), realizada no dia 17 de julho, sofreu uma redução de 20 questões. Sendo assim, passou de 100 para 80 perguntas a serem respondidas em 5 horas.
Essa diminuição fez com que o candidato ganhasse 25% a mais de tempo para a resolução de cada exercício: “se antes havia três minutos por pergunta, agora há mais 45 segundos”, calcula o juiz Rogério Neiva Pinheiro.
Porém, Nestor Távora, professor da rede LFG, alerta: “a redução de questões pode até ser benéfica em relação ao tempo, mas o candidato deve estar atento, pois cada questão passa a valer mais”.
Para o magistrado Rogério Pinheiro, a avaliação deve ser resolvida tendo em mente a existência de dois modelos de questões: o conceitual-conteudista (que exige do estudante a compreensão de um conceito, sem a necessidade de esforços cognitivos expressivos, em termos de raciocínio) e o operatório (baseado na solução de problemas).
Com a separação dos testes nessas categorias, o juiz explica que o foco inicial para a resolução deve ser nas questões que envolvem conteúdos com os quais os candidatos estejam familiarizados, com prioridade para as questões conceituais-conteudistas e, em segundo plano, para as operatórias. Em seguida, ele deverá se debruçar sobre as questões de cujos repertórios ele não se lembra, com prioridade para as operatórias e, em seguida, para as conceituais.
Deixar os temas dos quais não se lembra para o final é estratégico porque, ao longo da prova, o candidato pode encontrar a resposta a partir de outros conceitos disponíveis no próprio exame. “Não é incomum que a resposta de uma questão esteja no enunciado da outra, ou ainda que, diante de provas de múltipla escolha, as assertivas descartadas sejam úteis para responder outras questões”, explica Pinheiro.
O juiz ainda aconselha que se gaste cerca de três minutos para a solução de cada questão ou que o estudante conclua ano menos metade da prova ao final das duas primeiras horas.
Távora recomenda 30 minutos para transpor o gabarito ao final do exame: “Trinta minutos devem ser reservados para o gabarito, para que o candidato reflita sobre as questões. Se ainda tem dúvidas em algumas questões, ele deve parar para transpor, e só depois voltar para as questões que não tem certeza”. E complementa: “se deixar para o final, o nervosismo pode atrapalhar. A pessoa acha que nunca vai acontecer com ela, mas pode sim acontecer de marcar errado, devido à pressa, questões que ele tinha respondido corretamente”.
Mirando bem na hora do chute – As estratégias para resolução de exercícios não se resumem apenas aos campos de conhecimento sobre os quais os alunos têm conhecimento ou familiaridade. Até para acertar o famoso chute existem táticas e o juiz Rogério Pinheiro enumera as lógicas de resposta para cada disciplina:
- direito do consumidor: a lógica é a interpretação pró-consumidor;
- direito constitucional: a lógica é pró-direitos fundamentais;
- direito do trabalho: a lógica é a interpretação pró-trabalhador;
- processo civil: a lógica é a interpretação pró-segurança jurídica na relação processual;
- processo do trabalho: a lógica é a interpretação pró-celeridade em detrimento da segurança jurídica na relação processual;
- direito administrativo: a lógica é a interpretação pró-defesa do interesse público e limitação do espaço à discricionariedade do administrador;
- direito processual penal: a lógica é a da garantia do exercício do direito de defesa pelo réu.
Carolina Pera e Luana Almeida/SP
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O Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil ou Conselho Federal da OAB é a entidade máxima de representação dos advogados brasileiros e responsável pela regulamentação da advocacia no Brasil.
Já o exame da OAB é uma avaliação que os bacharéis em direito devem ser aprovados para poderem exercer a advocacia no Brasil. O exame é realizado três vezes por ano, em que são aplicadas duas provas em dias diferentes. A primeira avaliação é uma prova objetiva, com oitenta questões de múltipla escolha, e a segunda é uma prova prático-profissional, que contém uma peça profissional e quatro questões discursivas.