Custo dos alimentos foi o principal fator que aliviou o orçamento das famílias de baixa renda. Famílias de renda muito baixa sofreram menos impacto negativo do que as de renda alta
Pedro Miranda Publicado em 17/10/2023, às 15h34
Nos últimos 12 meses, o recuo nos preços de alimentos e bebidas contribuiu para reduzir o impacto da inflação nas famílias de baixa renda no Brasil, conforme o Indicador de Inflação por Faixa de Renda do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). Enquanto o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) atingiu 5,19%, a inflação para as famílias de renda muito baixa foi de 3,9%, e para as de renda baixa, de 4,45%.
A renda muito baixa abrange famílias que ganham até R$ 2.015 por mês, enquanto as de renda baixa têm rendimentos entre R$ 2.015 e R$ 3.022. Já nas famílias com rendas média-alta e alta, a inflação acumulada em 12 meses atingiu 5,95% e 6,41%, respectivamente.
O custo dos alimentos foi o principal fator que aliviou o orçamento das famílias de baixa renda, com quatro meses consecutivos de queda nos preços dos alimentos. Em setembro, essa tendência foi impulsionada por reduções nos preços do feijão, farinha de trigo, batata, carnes, aves, ovos, leite e óleo de soja.
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A pesquisadora do Ipea, Maria Andreia Parente Lameiras, explicou que esse alívio é mais perceptível para as famílias de baixa renda devido ao peso desses itens em suas cestas de consumo. Portanto, famílias mais pobres gastam uma proporção maior de sua renda em alimentos em comparação com famílias mais ricas.
Por outro lado, em setembro, os aumentos nas tarifas de energia elétrica e nos preços da gasolina afetaram todas as classes de renda. No entanto, para as famílias de renda mais alta, os aumentos nas passagens aéreas e nos transportes por aplicativo contribuíram para uma pressão inflacionária mais significativa no grupo de transportes.
No acumulado dos últimos 12 meses, os itens que mais pesaram para todas as famílias foram transportes e saúde e cuidados pessoais. As famílias de renda muito baixa sofreram menos impacto negativo do que as de renda alta, indicando que o alívio na inflação beneficia mais aqueles com menos recursos.
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