Aumenta o número de contratos de estágio no Brasil; veja setores que mais contrataram

O número de estágios ainda é menor do que em 2019, antes da crise de saúde. A pesquisa prevê que em 2023 o número de contratos de estágio aumentará

Pedro Miranda   Publicado em 10/08/2022, às 16h21

Pixabay

No primeiro trimestre deste ano, o Brasil alcançou 726,6 mil contratos de estágio, segundo levantamento divulgado nesta quarta-feira (10) pelo Centro de Integração Empresa-Escola (Ciee). De acordo com o estudo, o número aumentou 18,2% em relação ao mesmo período de 2021. No ano passado, o levantamento mostrou que havia 707,9 mil estagiários no país.

A região Sudeste tem a maior concentração, com 298,5 mil alunos matriculados no programa de estágio, sendo São Paulo o estado com maior número - 138,8 mil. Em 2021, o Ciee foi responsável por 237 mil contratos de estágio, respondendo por 33,5% do total. O estudo foi elaborado em parceria com a consultoria Tendências a partir da base de dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Na ausência de carteira de trabalho assinada, são considerados estagiários os trabalhadores maiores de 16 anos com contrato de no máximo dois anos e que trabalhem no máximo 6 horas diárias na ocupação pretendida.

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Aumento de contratos de estágio está relacionado com voltas as atividades presenciais

O analista da Tendências Lucas Assis disse à Agência Brasil que o aumento de estagiários neste ano se deve ao retorno das atividades presenciais após dois anos de restrições impostas pela pandemia de Covid-19 e uma recuperação da economia. “Nesse início de ano de 2022, a economia brasileira no geral se mostrou mais resiliente do que se esperava”, observou.

O número de estágios ainda é menor do que em 2019, antes da crise de saúde. A pesquisa prevê que em 2023 o número de contratos de estágio aumentará 8,6% em relação a este ano. Em 2021, a atividade jurídica foi a que mais empregou estagiários, com 56.700 vagas em todo o país. As escolas dos ensinos infantil e fundamental empregavam 55.600 estagiários. A administração pública estadual registrou 46.400 contratos em atividades excluindo educação e 45.500 a nível municipal. Há 35.600 estagiários no ensino superior.

Em relação ao perfil dos estagiários, a pesquisa mostra que 40,4% dos estagiários são das classes D e E e moram em domicílios com renda familiar mensal de até 3.000 reais. A classe C, com renda entre R$ 3 mil e R$ 7.200, responde por 37,7% dos contratados. Estão na classe B, com renda domiciliar mensal entre R$ 7,2 mil e 22,5 mil, 17,9% dos contratados, enquanto 4% são da classe A, com famílias com renda acima desse patamar.

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