Dados revelam um crescimento alarmante, com mais de 300 mil casos de sarampo. Brasil já recebeu o certificado de eliminação do sarampo em 2016
Pedro Miranda Publicado em 20/02/2024, às 19h33
A Organização Mundial da Saúde (OMS) está emitindo alertas renovados sobre o crescente número de casos de sarampo em todo o mundo. A conselheira técnica da entidade para sarampo e rubéola, Natasha Crowcroft, expressou sua extrema preocupação durante uma coletiva de imprensa em Genebra.
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Ela destacou um aumento consistente de casos da doença em todas as regiões do planeta, exceto nas Américas, que têm conseguido manter-se estáveis até o momento. No entanto, com o aumento de casos em cinco das seis regiões monitoradas pela OMS, Natasha prevê que haja possíveis surtos nas Américas em breve.
Dados recentes revelam um crescimento alarmante, com mais de 300 mil casos de sarampo reportados ao longo de 2023, representando um aumento de 79% em relação ao ano anterior. Além disso, um total de 51 países enfrentaram grandes surtos da doença em 2023, comparado a 32 no ano anterior.
Natasha enfatizou que esses números são provavelmente subestimados devido aos casos não notificados em todo o mundo. Estima-se que o número de mortes por sarampo em 2022 tenha aumentado em 43%, ultrapassando 130 óbitos. Com o aumento de casos em 2023, espera-se um aumento proporcional no número de mortes.
O ano de 2024 está sendo previsto como desafiador, com casos e mortes esperados, especialmente entre crianças não vacinadas. A OMS estima que mais da metade dos países do mundo estejam em alto risco ou altíssimo risco para surtos da doença até o final deste ano.
Um ponto crucial levantado foi o impacto da pandemia de COVID-19 na cobertura vacinal contra o sarampo, com muitas crianças não recebendo a imunização necessária. Atualmente, a cobertura vacinal global está em 83%, abaixo do ideal de 95% para prevenir casos de sarampo, dada a sua alta contagiosidade.
O Brasil, que já recebeu o certificado de eliminação do sarampo em 2016, enfrentou um revés com a recirculação do vírus em 2018. Em 2019, o país perdeu a certificação de país livre do vírus. Dados do Ministério da Saúde mostram um aumento nos casos confirmados de sarampo nos últimos anos, destacando a necessidade contínua de vigilância e esforços de vacinação.
O sarampo é uma doença infecciosa grave e altamente contagiosa, transmitida por meio de tosse, fala, espirros ou respiração próxima. Os principais sintomas incluem manchas vermelhas na pele e febre alta, acompanhados de tosse, conjuntivite, coriza e mal-estar. A persistência da febre após o aparecimento das manchas é um sinal de alerta, especialmente em crianças menores de 5 anos.
A vacinação é a forma mais eficaz de prevenir o sarampo, com vários tipos de imunizantes disponíveis para proteger contra a doença. A conscientização sobre a importância da vacinação e o acesso a ela são fundamentais para controlar a propagação do sarampo e proteger as comunidades em todo o mundo.
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