Bolsonaro apoiou a invasão à Brasília? Ex-presidente depôs hoje sobre atos golpistas

O ex-presidente Jair Bolsonaro foi à Polícia Federal hoje depor sobre seu suposto envolvimento na invasão à Brasília, em 8 de janeiro, que culminou em atos golpistas

Mylena Lira   Publicado em 26/04/2023, às 19h02

Divulgação

O ex-presidente Jair Bolsonaro foi à Polícia Federal na manhã desta quarta-feira, 26 de abril, depor sobre seu suposto envolvimento na invasão à Brasília no dia 8 de janeiro deste ano. Na data, apoiadores de Bolsonaro promoveram atos golpistas por não aceitar a vitória de Lula nas eleições 2022.

O depoimento foi determinado pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, tendo por base uma postagem feita pelo ex-presidente na madrugada entre os dias 10 e 11 de janeiro. Nela, Bolsonaro compartilhou vídeo com críticas ao sistema eleitoral brasileiro.

A postagem, que apresentava notícias falsas, já desmentidas, questionava o resultado das eleições, mas foi retirada do ar poucas horas depois da publicação. O post levantou suspeitas do envolvimento do ex-presidente com os atos golpistas que resultaram na invasão e na destruição das sedes dos Três Poderes, em Brasília.

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O que diz Bolsonaro sobre os atos golpistas?

De acordo com a defesa de Bolsonaro, a postagem feita por ele com mentiras sobre o sistema eleitoral foi "acidental". Segundo os advogados, a publicação de fake news foi feita acidentalmente após Bolsonaro tentar salvar o vídeo contendo informações falsas com críticas ao sistema eleitoral brasileiro e com questionamentos sobre o resultado das eleições.

Advogado de Bolsonaro, Fábio Wajngarten disse que o ex-presidente respondeu a todas as perguntas feitas no depoimento de hoje, e que teria, inclusive, repudiado os ataques do dia 8 de janeiro. “As eleições de 2022 são página virada para ele, que condena os atos em Brasília”.

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Congresso cria CPI dos atos golpistas

O presidente do Congresso nacional, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), leu hoje (26), durante sessão do Congresso Nacional, o requerimento para a abertura da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) para investigar as invasões e depredações de prédios públicos ocorridas no dia 8 de janeiro, a chamada CPMI dos Atos Golpistas.

O colegiado será formado por 16 deputados e 16 senadores titulares. Agora, os líderes devem indicar os integrantes da comissão conforme a proporcionalidade contida no documento, que será enviado às lideranças das duas casas legislativas. A duração inicial dos trabalhos da CPMI será de seis meses.

Caso das joias de Bolsonaro

Perguntados sobre o caso das joias e dos presentes dados ao ex-presidente pelo governo da Arábia Saudita – e guardados na casa do ex-piloto de Fórmula 1 Nelson Piquet – os advogados negaram qualquer irregularidade. “O acervo se encontra temporariamente armazenado na fazenda do Nelson Piquet porque o presidente não tinha [na época] nem casa. Depois, ele [o kit com joias] seria remetido a outro lugar, para armazenamento adequado”, acrescentou.

As joias são avaliadas em cerca de R$ 16,5 milhões e foram trazidas pelo ex-ministro Bento Albuquerque, que tentou entrar no Brasil com as joias de forma ilegal. Os itens foram encontrados na mochila do militar Marcos André dos Santos Soeiro, que o assessorava. Ambos voltavam de uma viagem oficial ao Oriente Médio.

As joias só foram encontradas após a mochila passar por inspeção no raio-x do aeroporto de Guarulhos, em São Paulo. Na ocasião, o ex-ministro teria se valido do cargo para pedir a liberação das joias, alegando serem presentes do governo saudita para a esposa do presidente Bolsonaro.

Os servidores da Receita Federal, no entanto, alegaram que o procedimento para a entrada desses itens como presentes oficiais de um governo estrangeiro para o governo brasileiro teriam que obedecer a outro trâmite legal e, por isso, retiveram as joias pelo não pagamento dos tributos.

Segundo a Receita Federal, além de não pedir a regularização, o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro também não apresentou um pedido fundamentado para incorporar as joias ao patrimônio público, mesmo após orientações do órgão.

*com informações da Agência Brasil

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