A inflação está abaixo apenas do recorde estabelecido em março de 1994. Os principais responsáveis pelo aumento foram os transportes, alimentos e bebidas
Pedro Miranda* | redacao@jcconcursos.com.br Publicado em 08/04/2022, às 15h54
Em março, o Brasil registrou a maior inflação do mês desde a introdução do programa real há 28 anos. Os preços subiram 1,62% após já teren subido 1,01% em fevereiro. A taxa de câmbio está apenas abaixo do recorde estabelecido em março de 1994, quando a nova moeda foi criada para conter a hiperinflação. Neste cenário, a inflação atingiu 11,30% nos últimos 12 meses, a maior desde outubro de 2003. Os dados são do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) do IBGE divulgado nesta sexta-feira (8).
Os principais responsáveis pelo aumento da inflação foram os transportes, com alta de 3,02%, e alimentos e bebidas, com alta de 2,42%, segundo o gerente de pesquisa Pedro Kislanov. Mas o Índice de Difusão, que mostra o número de projetos que aumentaram, atingiu 76,13%, o maior desde outubro de 2016, sugerindo que a inflação está bastante generalizada.
Nos transportes, o aumento deveu-se principalmente a uma correção de 6,70% nos preços dos combustíveis após um novo reajuste da Petrobras. A gasolina, com alta de 6,95%, teve o maior impacto no IPCA de março, mas os preços da gasolina, etanol e diesel também subiram fortemente. O diesel foi o subitem não alimentício que mais cresceu nos últimos 12 meses, com alta de 46,47%.
No grupo alimentação e bebidas, o aumento de 2,42% nos preços deveu-se principalmente ao valor dos alimentos consumidos em casa, com alta de 3,09% no mês passado. Mas todos os alimentos subiram de preço, e os produtos comuns na mesa do brasileiro ficaram muito caros. O tomate está 27,22% mais caro e a cenoura, que já está em alta, subiu 31,47%. E de acordo com Kislanov, em um período de 12 meses, a inflação de alimentos e bebidas acumulou 11,62%.
Além disso, o grupo habitação subiu 1,15% no mês, com o gás de botijão subindo 6,57% e a eletricidade subindo 1,08%. Esses dois itens fazem parte do grupo monitorado porque os preços são regulados até certo ponto pelo governo. Em março, a inflação desse grupo foi ainda maior que a do índice geral, subindo 2,65% para 14,84% em 12 meses.
Na sexta-feira, o IBGE divulgou também a inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor, que mede a variação de bens e serviços consumidos pelas famílias de baixa renda. O INPC de março também foi o maior do mês desde a aprovação do plano real, de 1,71%.
*Estagiário sob supervisão do jornalista Jean Albuquerque
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