Com alto risco de inadimplência, consignado do Auxílio Brasil de R$ 600 pode gerar rombo milionário para a Caixa; confira todos os detalhes
Jean Albuquerque Publicado em 18/10/2022, às 20h14
Com alto risco de inadimplência, a Caixa Econômica Federal pode ter rombo bilionário com a oferta do crédito consignado do Auxílio Brasil de R$ 600. A medida foi autorizada pelo Ministério da Cidadania e valores passaram a ser ofertados aos beneficiários do programa de transferência de renda do Governo Federal no último dia 10 de outubro.
Com a liberação, o valor da parcela do empréstimo será descontado automaticamente no valor mensal do benefício para quem optar por contratar o crédito. O empréstimo deve ser contratado pelo responsável familiar, inscrito no CadÚnico, sendo o titular da conta poupança social da Caixa na qual o benefício é depositado.
O crédito pode ser liberado para mais pessoas, já que o governo federal anunciou a inclusão de 500 mil famílias na folha de pagamento do Auxílio Brasil, que passou a atender 21,1 milhões de famílias.
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A taxa máxima de juros do empréstimo foi definida pelo Palácio do Planalto em 3,5% ao mês, mas vale lembrar que cada instituição financeira pode aplicar o que desejar, desde que não ultrapasse os 3,5%.
O Ministério da Cidadania ressalta que o beneficiário do programa de transferência de renda deve entrar em contato com as instituições financeiras autorizadas para saber qual a melhor proposta para a sua realidade econômica.
Os maiores bancos privados do país, como Santander, Itaú e Bradesco, não quiseram oferecer o produto por conta do alto risco de inadimplência. Até o momento, 12 bancos foram autorizados e irão oferecer o crédito consignado do Auxílio Brasil. Veja lista:
Vale lembrar que cada banco ou instituição financeira irá estabelecer o valor mínimo do crédito, o valor liberado em média é o de R$ 500. No caso do valor máximo, ele é determinado por lei, o beneficiário não pode comprometer mais que 40% do valor mensal do benefício.
Com isso, o valor a ser considerado é o de R$ 400, já que o valor de R$ 600 termina em dezembro deste ano. O desconto máximo será aquele no qual a parcela não ultrapasse R$ 160. O prazo para pagamento é de até 24 meses (dois anos).
De acordo com a pesquisa da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), que foi divulgada no último dia 5 de setembro, o endividamento das famílias no país bateu recorde. Só para se ter uma ideia, em agosto, 79% dos lares brasileiros estão com débitos a pagar.
O economista e professor de Mercado Financeiro da Universidade de Brasília César Bergo, ouvido pela Agência Brasil assim que a medida foi sancionada, afirma que existem riscos que a contratação de empréstimos consignados podem apresentar para os brasileiros de baixa renda.
O economista destaca que esse público precisa ficar atento ao assédio das instituições financeiras para que não possa cair em golpes. Para isso não acontecer, o especialista destaca que os beneficiários precisam ter noções sobre educação financeira, para que possam agir de maneira racional na hora de contrair essa dívida.
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