Governo planeja expandir a parceria com operadoras. Especialistas apontam que o esforço é bem-vindo, mas ressaltam a importância de incluir fabricantes na medida
Pedro Miranda Publicado em 19/12/2023, às 11h48 - Atualizado em 21/12/2023, às 14h17
O governo federal lança nesta terça-feira (19) o Celular Seguro, um serviço projetado para combater roubos de smartphones, mas especialistas destacam desafios para tornar efetiva a proposta do Ministério da Justiça e Segurança Pública.
A iniciativa permitirá que vítimas de roubo, furto ou perda de celular registrem uma "ocorrência" no aplicativo, notificando simultaneamente operadoras de telefonia e bancos parceiros, agilizando o processo de comunicação com as instituições. Contudo, o bloqueio imediato não é garantido, com a associação de operadoras mencionando até 6 horas para encaminhar o pedido e mais 1 dia útil para o bloqueio da linha.
Já estão sabendo do aplicativo do governo federal Celular Seguro? Com ele fica mais fácil fazer uma ocorrência em caso de perda ou roubo do aparelho, suspendendo a linha do celular e os aplicativos de bancos. Saiba mais no fio. #EquipeLula https://t.co/yG6sT0uaQJ
— Lula (@LulaOficial) December 21, 2023
Um ponto de destaque é que o Celular Seguro não transformará os aparelhos em "um pedaço de metal inútil" nas mãos dos bandidos, como inicialmente planejado pelo Ministério. Os sistemas Android e iOS, principais desenvolvedores, não estão listados entre os parceiros até o momento.
Especialistas apontam que o esforço é bem-vindo, mas ressaltam a importância de incluir fabricantes de celular e desenvolvedoras de sistemas no programa. O diretor de tecnologia da Sage Networks, Thiago Ayub, destaca que a eficácia da iniciativa pode ser reduzida caso burlas semelhantes ocorram novamente.
O presidente da Associação Brasileira de Segurança Cibernética, Hiago Kin, alerta para possíveis mal-entendidos, enfatizando que o aplicativo notifica instituições, não bloqueia efetivamente os celulares. Ele destaca a necessidade de evitar falhas de comunicação e monitorar golpes que usem o nome do Celular Seguro.
Para aprimorar o serviço, o governo planeja expandir a parceria com operadoras para bloquear não apenas o celular, mas também o chip. A medida visa evitar o recebimento de mensagens de texto que permitam a recuperação de senhas em redes sociais. A expansão está programada para janeiro de 2024, e empresas como iFood, Uber, 99, Mercado Livre e Nubank também devem aderir ao programa.
Apesar dos desafios, o secretário-executivo do Ministério da Justiça, Ricardo Cappelli, acredita que o Celular Seguro desestimulará o interesse por crimes relacionados a smartphones, contribuindo para a segurança digital da população.
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