O Copom justifica mais um aumento da taxa de juros devido a manutenção da inflação mais alta no Brasil, que se intensificou com a Guerra na Ucrânia
Victor Meira - victor@jcconcursos.com.br Publicado em 22/03/2022, às 09h05
A ata da reunião do Copom (Comitê de Política Monetária), do Banco Central, informa que deve promover mais reajuste para cima da taxa básica de juros, a Selic. Os membros do comitê apontam que o aumento deve seguir na mesma proporção da última reunião, que subiu de 10,75% para 11,75%. Com isso, a Selic deve chegar a 12,75% na próxima reunião, que está agendada para os dias 04 e 05 de maio.
Segundo a ata da reunião, o futuro da política monetária deve ter como norte a contenção da inflação e, se possível, bater a sua meta. Contudo, o controle da meta depende de alguns fatores fundamentais como a evolução da atividade econômica, o balanço de riscos e a expectativa de inflação do mercado.
Por isso, o Copom entende que o momento atual ainda precisa de ciclo monetário mais apertado, uma vez que o país está numa fase mais contracionista. Pensando nisso, relata a ata da reunião, a decisão de mais uma alta de juros foi tomada devido às projeções do BC e risco de desancoragem das expectativas para prazos mais longos.
Além disso, o cenário do mercado internacional contribui para uma inflação mais alta no país, principalmente com as consequências da Guerra na Ucrânia. O conflito provocou uma alta generalizada nos preços das commodities, sobretudo aquelas ligadas aos grãos, petróleo e gás natural.
Com o avanço da precificação destes produtos, a inflação no Brasil se mantém em um patamar alto. Com isso, a manutenção de uma política monetária mais apertada é justificada.
Na semana passada, o Copom elevou a taxa Selic de 10,75% para 11,75% ao ano. A decisão foi tomada para apertar os cintos na política monetária diante do avanço da Guerra na Ucrânia, que provocou a manutenção da inflação alta no Brasil.
Em comunicado, o BC informou que o momento atual exige cautela. O Copom indicou que a próxima elevação também será de 1 ponto percentual, mas que pode rever o ritmo do aperto monetário caso necessário. “Para a próxima reunião, o comitê antevê outro ajuste da mesma magnitude. O Copom enfatiza que os passos futuros da política monetária poderão ser ajustados para assegurar a convergência da inflação para suas metas”, destacou o texto.
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