Cerca de 35,3 milhões irão às urnas neste domingo, dia de eleições na Argentina, para escolher presidente, senadores, deputados e autoridades locais
Jean Albuquerque Publicado em 22/10/2023, às 11h40
Neste domingo, 22 de outubro, Dia de Eleições na Argentina, aproximadamente 35,3 milhões de cidadãos terão a oportunidade de participar das eleições gerais do país. Além de escolher o novo presidente, os eleitores também votarão para eleger senadores, deputados e autoridades locais em algumas províncias.
Essas eleições ocorrem em um contexto de grave crise econômica que afeta o país sul-americano. O voto é obrigatório para os cidadãos entre 18 e 70 anos, embora as penalidades para aqueles que não comparecerem às urnas sejam baixas.
Aqueles com idades entre 16 e 18 anos e acima de 70 anos têm a opção de votar. Nas eleições primárias realizadas em agosto, quando os candidatos presidenciais foram selecionados, a taxa de abstenção atingiu 30,4%, estabelecendo um recorde.
Para ser eleito no primeiro turno, um dos candidatos à Presidência precisa conquistar 45% dos votos válidos, excluindo brancos e nulos, ou obter 40% desses votos e uma vantagem de 10 pontos percentuais sobre o segundo colocado. Caso isso não ocorra, haverá um segundo turno entre os dois principais candidatos, programado para 19 de novembro.
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A corrida presidencial na Argentina tem sido marcada por três candidatos de destaque. Liderando a maioria das pesquisas está o economista Jorge Milei, membro da coalizão conservadora La Libertad Avanza, que detém pouco mais de 30% das intenções de voto em média.
Milei se autodenomina "anarcocapitalista" e é conhecido por seu estilo de expressão vigoroso. Ele se posiciona como um defensor do liberalismo extremo, propondo a redução drástica de subsídios e do aparato estatal.
Suas ideias já incluíram propostas ousadas, como o fechamento do Banco Central, a saída do Mercosul e a dolarização da economia, medidas consideradas inviáveis por economistas menos radicais.
Ele ganhou notoriedade por meio de entrevistas polêmicas e foi eleito deputado em 2021, após anunciar sua candidatura à Presidência em 2023. Nas primárias, ele foi o candidato mais votado, com cerca de 30% dos votos.
Em segundo lugar nas primárias, com 28% dos votos, e figurando logo atrás nas pesquisas, está o atual ministro da Economia da Argentina, Sergio Massa, do partido peronista União pela Pátria.
Massa é um político experiente, advogado de formação, que venceu as primárias de seu partido após três tentativas. Ele também já ocupou o cargo de presidente da Câmara dos Deputados. Curiosamente, embora tenha assumido a pasta da Economia há um ano, em meio a um cenário de descontrole cambial, Massa não tem sido associado diretamente à crise econômica atual na Argentina.
No campo conservador, Patricia Bullrich, da coalizão Juntos pela Mudança, desponta como uma candidata proeminente. Antiga ministra da Segurança no governo Macri (2015-2019), Bullrich é uma cientista política e jornalista nascida em Buenos Aires, com raízes profundas em uma aristocrática família argentina, com laços centenários com o comércio de gado.
Atuante na política desde a adolescência, ela se apresenta como uma liberal linha dura, enfatizando o valor da "ordem" e passou por uma transformação política após ter tido vínculos com a Juventude Peronista no passado.
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