Empresas reclamam da manutenção da Selic em 13,75%; entenda o motivo

Empresas citam que a Selic em 13,75% por mais um tempo pode inibir ainda mais atividade econômica

Victor Meira   Publicado em 01/02/2023, às 21h48

Agência Brasil

O Comitê de Política Monetária (Copom), do Banco Central (BC ou Bacen), decidiu manter a Selic, a taxa básica de juros do Brasil, em 13,75% ao ano. Este é o maior nível de juros desde 2017.

O juro mais alto tem a função de segurar o consumo da população para frear o avanço da inflação. Até meados de 2022, o Brasil sofreu com a pressão inflacionária, chegando a ter um IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) de 12,13% no acumulado em 12 meses, considerado o maior desde 2016. 

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O IGP-M (Índice Geral de Preços - Mensal), usado para reajustes nos preços dos aluguéis, teve alta acumulada em 12 meses de 23,14% e 17,78% em 2020 e 2021, respectivamente. 

Com este cenário, o Banco Central iniciou uma série de altas da Selic de 2021 para cá. A taxa subiu de 2% para 13,75% em dois anos. O ritmo de alta foi considerado rápido, mas em uma proporção mais tímida do que o avanço da inflação. 

O juro segura a inflação, mas diminui a capacidade de crescimento e investimentos das empresas, visto que elas usam crédito bancário para financiar as suas atividades. Ainda mais com uma taxa tão alta desde agosto de 2022.

Por conta disso, diversas entidades do setor produtivo estão preocupadas com o patamar alto de juros. Para elas, os juros altos inibem a recuperação da economia, apesar de serem necessários neste momento para segurar a inflação.

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CNI considera decisão compreensível, mas pede agilidade para reduzir o juro

Em nota, a Confederação Nacional da Indústria (CNI) compreende a decisão de manter os juros da Selic em 13,75%. A entidade destaca que as expectativas de inflação estão acima do centro das metas, tanto para 2023 como para 2024. Contudo, a confederação pede agilidade para iniciar o processo de redução do juro.

Há mais de um ano que a Selic se encontra em patamar alto o suficiente para inibir a atividade econômica e contribuir para a desaceleração da inflação. E a manutenção da taxa de juros vai intensificar essa desaceleração. Por isso, esperamos que o Copom inicie logo o processo de redução da Selic, para evitar custos adicionais à atividade econômica”, destacou o presidente da CNI, Robson Braga de Andrade, na nota divulgada para a imprensa. 

Firjan elogia decisão do Copom, mas ela impõe "sacrifícios da população brasileira”

Também em nota, a Firjan (Federação das Indústrias do Rio de Janeiro) elogiou a decisão do Copom por conta do aumento das expectativas inflacionárias. No entanto, o “elevado patamar da taxa de juros tem imposto enormes sacrifícios à atividade econômica. Os sinais de exaustão de importantes setores da economia brasileira estão cada vez mais fortes e com consequências diretas sobre a confiança dos empresários”.

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